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Política

'Não estou preocupado com minha popularidade', diz Bolsonaro

Presidente tem sido alvo de críticas por pronunciamento em que pediu o 'fim do confinamento em massa'.

Após ser alvo de mais panelaços pelo País durante o pronunciamento criticando o confinamento da população na pandemia do novo coronavírus, o presidente Jair Bolsonaro afirmou não estar preocupado com popularidade. O discurso foi rebatido pela Sociedade Brasileira de Infectologia.

"Estou vendo aqui que estou apanhando direto. Não estou preocupado com a minha popularidade. Eu tenho uma missão de quatro anos. Se vai ser oito, a gente vai ver em 22. Deus e o povo vão decidir", disse o chefe do Planalto ao deixar o Palácio da Alvorada, nesta quarta-feira, 25.

O presidente declarou que o "caos" está "na nossa cara" e defendeu mudança na orientação de isolamento para pessoas voltarem aos seus postos de trabalho e evitar um "colapso" na economia. Em linha com ele, reforçou Bolsonaro, está o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

O chefe do Executivo federal voltou a falar em comoção exagerada e "histeria" diante da pandemia. "Nós temos que tomar decisões neste momento difícil. Não é eu procurar a mídia e ter um discurso de calamidade, de histeria, como se eu fosse o pai de todos os brasileiros. Eu sou pai, entre aspas, para conduzir o destino do Brasil."

O discurso que foi ao ar em rádio e TV na terça foi preparado no gabinete do presidente com a participação de poucas pessoas e em segredo. O vereador Carlos Bolsonaro (PSC-RJ), filho do presidente, participou da elaboração do texto em que o presidente ainda criticou o fechamento de escolas, entre outras medidas adotadas por governos e municípios.

O presidente vinha sendo elogiado dentro do próprio governo por se abrir ao diálogo com os governadores e sinalizar uma mudança de postura sobre os efeitos da covid-19, que já matou 46 pessoas no país. O pronunciamento, no entanto, surpreendeu negativamente auxiliares do Planalto que viram um retrocesso na posição de Bolsonaro.

'Vou ligar para o Davi hoje'

Um dos que criticaram o pronunciamento ainda na noite de terça-feira foi o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP). Ele disse que a fala do presidente foi grave e cobrou uma liderança "séria, responsável e comprometida com a vida e a saúde da sua população". Nesta quarta, Bolsonaro, em resposta, declarou que não iria criticar o parlamentar e citou que o presidente do Senado está com um "problema aí". Alcolumbre foi diagnosticado com coronavírus e está em quarentena.

"Não critico, não. É um direito deles. Mas se eu falo um 'a' contra eles é uma crise institucional, eu não vou falar nada. Quero solução", disse Bolsonaro quando questionado sobre a reação de Alcolumbre. "Vou ligar para o Davi hoje. Se bem que ele está confinado, está com um problema aí. Vou ligar para ele."

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