Izabella Furtado
A Polícia Civil do Pará (PC-PA) prendeu, na manhã desta sexta-feira (04), a pastora Marleci Ferreira de Araújo e o marido, Ronnyson dos Santos Alcântara, acusados de submeter uma mulher a maus-tratos físicos e psicológicos, que culminaram na morte da vítima por desnutrição grave. A prisão preventiva do casal foi decretada pela Justiça e cumprida em Belém.
De acordo com a polícia, a vítima, identificada apenas como Flávia, vivia com o casal em condições degradantes. A investigação teve início no dia 15 de maio, quando uma denúncia anônima alertou os agentes sobre a situação de vulnerabilidade enfrentada por Flávia. Segundo o relato, ela estaria sendo forçada a realizar trabalhos domésticos e apresentava visíveis sinais de desnutrição.
Na ocasião, os policiais foram até o local onde Flávia vivia, mas encontraram resistência. “A mulher, visivelmente debilitada e com aspecto físico extremamente magro, negou os fatos narrados, alegando manter relação de amizade com o casal e ser vítima de intolerância religiosa por parte da família. Ela afirmou, ainda, que realizava trabalho remoto e recusou-se a acompanhar os policiais à unidade policial”, informou a delegada Bruna Paolucci, titular da Delegacia Especializada em Atendimento à Mulher (Deam).
Apesar da negativa, os indícios coletados no local levaram a Justiça a decretar a prisão preventiva dos suspeitos. Mandados de busca e apreensão também foram cumpridos. Durante a inspeção, os agentes constataram condições precárias de moradia e sinais de possível alienação emocional. Familiares da vítima também relataram episódios de violência psicológica.
Morte e tentativa de fuga
A situação se agravou no dia 19 de junho, quando a Polícia Civil foi informada sobre a morte de Flávia, causada por desnutrição grave, conforme laudo médico. A vítima foi levada ao Pronto-Socorro Municipal (PSM) do Guamá pelo próprio casal, que se apresentou aos profissionais de saúde como “vizinhos” da mulher. Eles deixaram Flávia no hospital sem qualquer documento de identificação.
Após o atendimento, a médica responsável acionou o setor de assistência social, que comunicou o caso à polícia por suspeita de morte decorrente de maus-tratos. Ao serem informados da necessidade de registrar uma ocorrência, os suspeitos fugiram do local.
Com a prisão efetuada, Marleci e Ronnyson foram levados para uma unidade policial, onde permanecem à disposição da Justiça. A Polícia Civil segue investigando o caso
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