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Teresina - Piauí

Sintepi acusa Equatorial de depredar patrimônio público da Cepisa

O Sintepi ainda afirmou que fará uma denúncia formal para o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – IPHAN no Piauí.

O Sindicato dos Urbanitários do Piauí (Sintepi) denunciou por meio de nota que a empresa Equatorial Energia, que agora controla a Cepisa, está destruindo obras do artista plástico Afrânio Castelo Branco.

Segundo a nota as pinturas feitas ainda na década de 1970, há quase 50 anos, estão sendo apagadas do prédio da Cepisa, apagando também a história cultural do povo piauiense.

  • Foto: DivulgaçãoAfrânio Castelo Branco e suas obras nos corredores da CepisaAfrânio Castelo Branco e suas obras nos corredores da Cepisa

O Sintepi ainda afirmou que fará uma denúncia formal para o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – IPHAN no Piauí. “Iremos fazer uma denúncia formal, uma vez que essas telas e o próprio prédio da Cepisa, pela sua arquitetura, são tomados como patrimônio do Estado e a Equatorial não tinha o direito legal de destruir a história do povo piauiense, de forma que poucas obras do artista ainda estão preservadas em prédios públicos do Estado”, diz nota.

Confira a nota na íntegra:

“Um dos trabalhos mais valiosos da cultura artística piauiense acaba de ser destruído pela empresa Equatorial Energia, que agora controla a Cepisa. Uma denúncia lamentável chegou ao Sindicato dos Urbanitários do Piauí – SINTEPI de que esse grupo, que não é do Piauí, está desfazendo de um dos trabalhos mais importantes da pintura do Estado, obra do saudoso e consagrado artista plástico Afrânio Castelo Branco, que faleceu em 2017, deixando um legado importante para a história e a cultura do Piauí. As pinturas feitas ainda na década de 1970, há quase 50 anos, estão sendo apagadas do prédio da Cepisa, apagando também a história cultural do povo piauiense. A diretoria do Sindicato dos Urbanitários do Piauí – SINTEPI afirmou que fará uma denúncia formal para o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – IPHAN no Piauí, uma vez que essas telas e o próprio prédio da Cepisa, pela sua arquitetura, são tomados como patrimônio do Estado e a Equatorial não tinha o direito legal de destruir a história do povo piauiense, de forma que poucas obras do artista ainda estão preservadas em prédios públicos do Estado. Afrânio Castelo Branco nasceu em 1930, formou-se na Escola de Belas Artes, no Rio de Janeiro. Possui acervos da Bienal de São Paulo, Museu Nacional de Belas Artes, no Rio de Janeiro, no Museu de Arte Moderna da Bahia, no Museu e na sede da Secretaria Estadual de Cultura do estado do Piauí, entre outros. Ele participou de duas edições da Bienal Internacional de São Paulo, em 1967 e 1969. Nesse ano, ao lado do artista Píndaro Castelo Branco, expôs em Copenhague (Dinamarca), Haia (Holanda) e Helsinque (Finlândia), com patrocínio do Itamaraty. Em 1970, integrou a Coletiva de Arte Brasileira, mostra de 27 artistas que percorreu a Alemanha, a Espanha, a França, a Holanda, a Itália, a Suécia e a Suíça”.

Equatorial se manifestou

A empresa Equatorial Energia também se manifestou por meio de nota após as declarações feitas pelo Sindicato dos Urbanitários do Piauí (Sintepi).

A empresa afirmou que ao contrário do que foi colocado pelo sindicato, as obras estão sendo restauradas pelo avançado estado de deterioração e não retiradas. “A Cepisa respeita e reconhece os artistas e a história piauiense e não tem a intenção de perder uma obra de tão grande valor histórico-cultural para o Estado”, diz trecho da nota.

Confira na íntegra a resposta da Equatorial:

“A Cepisa esclarece que não procede a informação de que estão sendo destruídas as obras do artista Afrânio Castelo Branco que ilustram, desde a década de 1970, o hall de entrada de um dos edifícios-sede da empresa em Teresina. O grupo Equatorial Energia, quando assumiu o controle da empresa, em outubro de 2018, já encontrou as obras em avançado estado de deterioração e, por isso, realizou estudos e cotações de orçamento para a restauração das telas com artistas habilitados para as técnicas de pintura originais das telas.

Como etapa inicial do projeto de restauração, o painel Sinfonia da luz começou a ser removido do local. Já as obras Zebelê e Cabeça da Cuia, foram cobertas, há cerca de um ano, como forma de proteção da já evoluída deterioração causada por mais de 40 anos de exposição.

A Cepisa respeita e reconhece os artistas e a história piauiense e não tem a intenção de perder uma obra de tão grande valor histórico-cultural para o Estado”.

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