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Teresina - Piauí

Maternidade Evangelista Rosa é interditada novamente pelo CRM-PI

Foram detectados várias velhas e novas irregularidades na unidade de saúde.

Desde a última prorrogação da Interdição Ética da Maternidade Dona Evangelina Rosa, no último dia 03 de julho, quando a instituição de saúde foi punida pelo Conselho Regional de Medicina do Piauí – CRM-PI pelo prazo de mais 30 dias, os médicos conselheiros fizeram uma vistoria de avaliação no último dia 26 de julho, quando foram flagradas várias velhas e novas irregularidades. Após a conclusão do relatório da vistoria, avaliado na última sessão plenária do Conselho, na noite desta segunda-feira (05), foi novamente aprovada uma nova interdição, que passa a vigorar nesta quarta-feira (07).

Entre os problemas registrados estão: na Ala A: ausência de leitos disponíveis; presença de lodo nos banheiros, chuveiro com vazamento em uma das enfermarias, infiltrações nos tetos com mofo, mau cheiro, cadeiras com revestimentos rasgados, pisos descolando. Havia ainda uma paciente com recém-nascido prematuro em uma das enfermarias ao lado de uma paciente em tratamento clínico de infecção.

Nas Alas B e C (pós-parto): ausência de leitos disponíveis; estrutura física e mobiliário apresentando as mesmas avarias observadas na Ala A. Havia ainda um banheiro com azulejos quebrados; as pacientes e funcionárias relataram que as refeições oferecidas às pacientes e acompanhantes é insuficiente e de péssima qualidade. Muitas vezes o lanche é meio copo de suco e o café servido é meio copo de farinha de milho mal cozida, com leite.

Na Admissão, o CRM-PI presenciou movimento habitual e procura espontânea. Os plantonistas relataram que pacientes são encaminhadas à Maternidade com diagnósticos não condizentes com a realidade, falsos trabalhos de parto, idades gestacionais mal calculadas ou apenas para realização de ultrassonografias. No Centro Obstétrico e Centro Cirúrgico, os plantonistas relataram a péssima qualidade do instrumental cirúrgico e fios. No repouso masculino não havia chuveiro devido a um problema de infiltração e os lençóis não são trocados regularmente.

No Berçário, UCINCO e UTI neonatal encontravam-se sem vagas disponíveis. Havia vários berços aquecidos e incubadoras quebrados no corredor. Na UTI Materna também sem leitos disponíveis.

Na parte estrutural do prédio do prédio, a reforma para ampliação da UTI encontrava-se sem trabalhadores. Havia muito entulho e poeira. Para a assistência neonatal, observa-se material insuficiente e deteriorado, além de contaminados, como exemplos, sensor de temperatura, máscaras para reanimação, prongas, oxímetros, respirador manual, principalmetente para prematuros, e quando tem, estes estão muitas vezes em péssimas condições.

Além disso, havia número insuficiente de pediatras em relação proporcional aos leitos nas unidades UCINCO/Canguru, conforme Portaria 930/2012, do Ministério da Saúde.

Frequentemente faltam lençois, havendo a necessidade do profissional médico levar de casa para atender as suas necessidades. Também foi registrado número insuficiente de leitos para repouso médico, ficando o médico sem local de repouso no setor. Falta de plantonistas para assistência em enfermaria conforme portaria 930/12, sendo a responsabilidade transmitida para o plantonista do Centro Obstétrico já sobrecarregado.

Frequentemente, pacientes com indicação de UCINCO e UTI Neonatal permanecem em sala onde houve o parto, mesmo intubados e em ventilação mecânica por falta de vagas. Equipe assistencial insuficiente, desde pediátrica até enfermagem. Estes pacientes, que aguardam vagas nas salas do complexo, correm diretamente risco de vida por permanecerem isolados dentro das salas por falta de assistência e ambiente próprios.

O CRM-PI considera que existe uma incapacidade do Governo do Estado e da diretoria da maternidade para resolução dos problemas detectados e espera que assim que notificados os problemas sejam sanados.

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