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Oeiras - Piauí

Entenda como atuava quadrilha comandada por chefão do PCC no Piauí

O comandante do grupo criminoso movimentava R$ 500 mil mensalmente com o tráfico de drogas.

O GP1 teve acesso ao processo que levou o chefão do PCC no Piauí, Maikom Sousa Alves, a uma condenação de 11 anos, 4 meses e 29 dias de prisão, por comandar um esquema de tráfico de drogas que movimentava R$ 500 mil mensalmente. Ele foi preso na última segunda-feira, 24 de abril de 2023, em um restaurante de São Paulo, na companhia da Miss Terra Piauí, a cirurgiã-dentista Carina Machado. O documento também revela a função de cada integrante da quadrilha e como a Polícia Civil chegou aos suspeitos após intensa e minuciosa investigação iniciada em 2021.

No dia 1º de abril deste ano, o juiz Rafael Palludo, da 1ª Vara da Comarca de Oeiras, condenou Maikom por tráfico de drogas e associação para o tráfico de drogas. O criminoso é o principal alvo da Operação Franquia, deflagrada em 2021 pela Polícia Civil e, conforme as investigações, ficou comprovado que ele chefiou o esquema criminoso e declinou um comparsa para planejar e dar andamento a administração, cobranças e estratégias, além de realizar a preparação da venda de drogas.

Foto: Reprodução/WhatsAppMaikom Sousa Alves, conhecido como Lacoste
Maikom Sousa Alves, conhecido como Lacoste

O grupo criminoso chefiado por Maikom foi preso e condenado após a prisão em flagrante de Marcos Antônio Mendes Silva, vulgo “Abacaxi”, que ocorreu no dia 03 de dezembro de 2020, em São João da Varjota. Com ele, foram encontradas drogas, dinheiro e elementos para a confecção de porções de entorpecentes para venda (rolos de papel filme e prato com indícios de fracionamento), além do aparelho celular.

Com isso, a quebra de sigilo de celulares declinou na participação de Maikom Sousa Alves, Roniel Felipe de Melo, José Vicemar Alves Carreiro, Isnarde do Nascimento Rêgo, Antônio Kelson de Sousa Pereira, Pedro Vitor de Moura, Maécio Pereira da Silva Sousa, Adriano Dantas e Edson Lustosa.

Foto: GP1Organograma da quadrilha
Organograma da quadrilha

Maikom Sousa "Lacoste" foi um dos contatos existentes na extração do aparelho celular de Marcos Antônio "Abacaxi" e as conversas entre os dois, segundo a polícia, deixou evidente uma relação na qual Maikom é fornecedor de drogas e Marcos comprador. Nas transações Maikom vende a “Abacaxi” consideráveis quantias em entorpecentes para que este fracione e repasse ao consumidor final, qual seja, o usuário de drogas.

"Em levantamento acerca das condutas de Maikom “Lacoste” fora concluído que o mesmo é um grande fornecedor de drogas para o centro sul do Estado do Piauí, principalmente para as regiões de Picos, Oeiras,São João da Varjota,Simplício Mendes e demais cidades", diz trecho do relatório da polícia.

Consta ainda que a residência de Maikom é em Santo Inácio do Piauí, contudo, foi averiguado que para evitar que sua mercadoria fosse apreendida em possíveis operações policiais corroborando assim com sua participação no crime de tráfico de drogas, Maikom utilizava outros endereços para armazenar os entorpecentes, quais sejam, parque de vaquejada, no bairro Brejo das Pedras, em Santo Inácio do Piauí.

Vida luxuosa

A Polícia Civil destacou ainda que Maikom Sousa possui um padrão de vida elevado, com uma casa luxuosa e um parque de vaquejadas no bairro Brejo das Pedras, em Santo Inácio do Piauí, carros de luxo e uma fazenda na Localidade Angicos, zona rural de Santo Inácio do Piauí, que é cuidada pelo pai de Maikom.

Entenda a função de cada membro da quadrilha

Maikom Sousa condenado a 11 anos, 4 meses e 29 dias de prisão em regime fechado – Principal alvo da Operação Franquia e chefe do grupo criminoso. Conforme o levantamento feito durante investigações e andamento do processo judicial até chegar a condenação do réu, ficou comprovado que Maikom atuou como fornecedor de drogas, inclusive tendo conversas flagradas com comparsas.

Marcos Antônio condenado a 11 anos e 4 meses de prisão em regime fechado – Segundo os autos, Marcos Antônio realizava o planejamento, a administração, as cobranças, o estabelecimento de estratégias para a prática do crime de tráfico de drogas, bem como o depósito, a preparação, o fornecimento e a venda de substâncias entorpecentes. A comprovação da função do réu se deu após quebra de sigilo telefônico do seu celular.

Roniel Felipe e Pedro Vitor, ambos condenados a 3 anos e 6 meses de prisão em regime semiaberto – A investigação apontou que, por meio de documentos, que os acusados travaram diversas conversas com outros réus denunciados onde tratavam sobre compra, venda, armazenamento e transporte de drogas. Durante busca domiciliar em desfavor dos réus foram encontradas materialidade de tráfico de drogas e de associação para o tráfico, o que também foi apurado nas conversas via WhatsApp.

Isnarde do Nascimento Rêgo condenado a 3 anos, 10 meses e 20 dias de prisão em regime semiaberto (poderá recorrer em liberdade) – foi apontado que ele, além de ser usuário de entorpecentes, também auxiliava Marcos Antônio, de forma esporádica, na venda de drogas. Tais elementos de prova foram apurados pelas declarações de testemunhas, onde todas alegaram que Isnarde, ocasionalmente, pegava drogas com Marcos Antônio para revender. Além disso, Isnarde indicava usuários para comprar alucinógenos com Marcos Antônio, mas que não havia provas de que ele recebia algo em troca por tais indicações.

Antônio Kelson condenado a 9 anos e 4 meses de prisão em regime fechado (poderá recorrer em liberdade) – A quebra de sigilo de conversas aponta o envolvimento do réu na prática do crime de tráfico de drogas, demonstrando que, além de participar ativamente da logística de transporte e depósito da droga, ele também oferecia, vendia e comercializava o entorpecente.

José Vicemar condenado a 3 anos, 10 meses e 20 dias de prisão em regime semiaberto (poderá recorrer em liberdade) – Relatos de testemunhas e conversas flagradas mostram que José Vicemar atuava como fornecedor ocasional de drogas para Marcos Antônio, inclusive, ambos tinham trocas de mensagens recorrentes.

Adriano Dantas condenado a 3 anos e 10 meses de prisão semiaberto (poderá recorrer em liberdade) – Está envolvido no tráfico de drogas. Mesmo sendo usuário de entorpecentes, por meio da extração de dados do seu próprio celular, constata-se que ele pegava entorpecentes Marcos Antônio e os transportava para outros usuários.

Edson Lustosa condenado a 3 anos, 10 meses e 20 dias de prisão em regime semiaberto (poderá recorrer em liberdade) – Investigação apontou que o réu é usuário e autor do crime de tráfico de drogas. Contra ele pesam provas imagéticas com tabletes de entorpecentes e conversas onde ele comprava drogas de Marcos Antônio e até guardava entorpecentes dele, o que também configurou tráfico de drogas.

Maécio Pereira condenado a 10 anos e 8 meses de prisão em regime fechado (poderá recorrer em liberdade) – foi imputado ao réu o crime de tráfico de drogas, onde, por meio de prova documental e oral acostadas ao processo, foi mostrado que Máecio fornecia drogas para Marcos Antônio. Ambos tinham várias conversas onde realizavam tratativas sobre drogas e Máecio tinha o papel de buscar e entregar entorpecentes para Marcos Antônio.

Entenda o caso

O traficante Maikom Sousa Alves, mais conhecido como “Lacoste”, suspeito de chefiar a facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC) no Piauí, foi preso enquanto jantava em um restaurante de luxo em São Paulo, nessa segunda-feira (24). No momento da prisão, ele estava acompanhado da Miss Terra Piauí e dentista Carina Machado.

Foto: Reprodução/InstagramCarina Machado, Miss Piauí Terra
Carina Machado, Miss Piauí Terra

“Ele vinha sendo investigado, anteriormente, e essas investigações revelaram que ele foi identificado como um grande fornecedor de drogas na região de Oeiras, Santo Inácio do Piauí, onde ele tem família e uma casa bastante luxuosa, na região de Simplício Mendes e até em Teresina também. Nós deflagramos a Operação Franquia, em setembro de 2021, com mais de 10 mandados, sendo ele o alvo principal. Naquela ocasião, ele não foi preso e, desde então, passou a ser considerado foragido. O inquérito prosseguiu, ele foi indiciado e, recentemente, foi condenado a mais de 10 anos de prisão, com expedição de mandado de prisão para cumprimento de pena”, explicou o delegado Luciano Santana.

O traficante coordenava de São Paulo um esquema de envio de drogas ao Piauí que movimentava ao menos R$ 500 mil por mês.

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