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Teresina - Piauí

Idosa de 81 anos matou criminoso em legítima defesa, diz DHPP

O delegado Jorge Terceiro disse que a perícia e o relato de testemunhas têm comprovado a versão da idosa.

O delegado Jorge Terceiro, do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), afirmou em entrevista à imprensa na manhã desta segunda-feira (18) que as investigações sobre o homicídio de um criminoso identificado como Davi da Costa, de 32 anos, morto a tiros no último dia 4 de setembro após invadir o comércio de uma idosa de 81 anos, indicam que a aposentada foi a autora do delito e teria agido em legítima defesa.

Segundo o delegado Jorge Terceiro, que preside as investigações sobre o crime, a versão da idosa sobre os fatos vem sendo corroborada pelos laudos periciais e pelos relatos de testemunhas. A autoridade policial ainda considerou que não há necessidade de pedir a prisão de Domingas Rosa.

"Da parte dela vem se corroborando as informações da forma que já estão caminhando nos autos, após realização de exames, oitivas de testemunhas, pode ficar claro a questão de legítima defesa por parte dela, já formalizado tudo nos autos, por isso que eu não vejo necessidade qualquer de qualquer tipo de prisão nesse momento", explicou o delegado do DHPP.

Foto: Lucas Dias/GP1Delegado Jorge Terceiro
Delegado Jorge Terceiro

Arma do crime

A idosa Domingas Rosa de Araújo Mineiro apresentou a arma de fogo utilizada para matar o invasor na sede do DHPP, no último dia 6 de setembro. O delegado Jorge Terceiro relatou que o revólver calibre .38 era pertencente ao esposo dela, já falecido, mas estava guardado na casa da viúva, onde reside sozinha. Além disso, a autoridade policial detalhou ainda que o invasor Davi da Costa somava passagens pela polícia por crime de roubo.

"Ela, ouvida aqui, se mostrou bem rígida, bem consciente, apesar dos seus 81 anos de idade, ela disse que a arma de fogo a qual ela reagiu ao arrombamento do imóvel onde estava, pertence a ela e ao esposo, já falecido, que há muitos anos já tinha essa arma de fogo guardada em casa, estava guardada no guarda-roupas, e o indivíduo que arrombou o estabelecimento já tinha várias passagens por roubo, inclusive, no estado do Maranhão, cometeu muitos delitos. O filho dela também foi ouvido e basicamente ela reside sozinha, por opção dela, também tem alguns vizinhos que estão marcados para oitivas e até agora a versão inicial que chegou até nós está batendo com as oitivas feitas até o momento. Foi nos apresentado por ela própria uma arma de fogo, revólver calibre 38, no bojo do revólver, no tambor, haviam 3 munições deflagradas e 2 ainda intactas, essa arma e todo material vai para perícia para fazer os exames de praste", esclareceu Jorge Terceiro.

Dinâmica do assassinato

De acordo com os fatos narrados por Domingas Rosa de Araújo Mineiro ao delegado Jorge Terceiro, o criminoso Davi da Costa quebrou os cadeados da mercearia usando um alicate, na madrugada do último dia 4 de setembro, quando ela ouviu o barulho e tentou alertar o invasor para cessar a investida criminosa no imóvel, situado na Rua Riachuelo, no bairro Tabuleta, zona sul de Teresina. Contudo, o homem não teria obedecido ao aviso e quando tentou se aproximar da idosa, ela disparou contra ele.

"Segundo apurado nos autos até o momento, o indivíduo teria chegado lá já no início da madrugada tentando arrombar o ponto comercial do imóvel onde ela reside, ela reside na parte superior e na parte de baixo funciona um pequeno comércio de propriedade dela também. Ela ouviu o barulho do indivíduo cortando os cadeados com um alicate, ele estava com essa ferramenta, ela da parte superior [do imóvel] alegou que já chamou atenção do rapaz para ele não fazer aquilo, o indivíduo não parou a empreitada criminosa, adentrou o imóvel, ela pegou a arma dentro do guarda-roupa, desceu por uma escada interna e encontrou ele dentro do comércio na parte interna do balcão", começou a relatar o delegado.

Foto: Lucas Dias/GP1Local onde ocorreu o crime
Local onde ocorreu o crime

Em seguida, o delegado Jorge Terceiro continuou: "ela [idosa] pediu pra ele [invasor] manter distância dela, ela disse que ele segurava alguma coisa, não sabe se era faca ou alicate, e aí quando ele tentou se aproximar, ela só apontou a arma e efetuou vários disparos em direção ao indivíduo, ele tombou ao chão, ela saiu para a calçada da casa, os vizinhos prestaram auxílio à ela no momento, chamaram o filho dela, o filho dela chegou na sequência e posteriormente, chegou a polícia", finalizou o delegado do DHPP.

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