Fechar
GP1

Piauí

Delegado apura torturas dentro de chácara do deputado federal do Marcelo Castro

A chácara foi invadida por 12 homens armados, na madrugada da última segunda-feira (29), que torturaram o caseiro e sua família.

O delegado Menandro Pedro Lopes da Luz, titular do 25º DP, no Parque Anita Ferraz, no Bairro Pedra Mole, em Teresina-PI, instaurou inquérito policial para apurar uma sessão de torturas que ocorreu na noite do dia 28 e madrugada do dia 29 de outubro deste ano (2012), na Chácara do deputado federal Marcelo Castro (PMDB-PI), que foi invadida por 12 homens armados, dentre eles, dois policiais à paisana, que comandaram um verdadeiro massacre, em que as vítimas chegaram a fazer cocô enquanto sofriam as torturas.

Tudo ocorreu no Povoado Árvore Verde, na Zona Leste da Capital do Piauí, onde o deputado federal Marcelo Castro tem uma chácara, tendo como caseiro Luís Sousa, que foi jogado no chão, pisoteado por um dois homens que se dizia policial e teve um revólver encostado na cabeça e chamado por várias vezes de “vagabundo”.

Enquanto o caseiro era torturado, a sua mulher Maria do Carmo da Conceição Bispo da Silva e os filhos menores gritavam desesperados e chegaram a fazer necessidades fisiológicas (cocô), durante o massacre que teve início por volta das 21 horas do dia 28 e só terminou no início da madrugada do dia 29 de outubro deste ano (2012), quando duas viaturas da Polícia Militar chegaram ao local.

Durante o massacre, que segundo o caseiro Luís Sousa foi comandado por um contador identificado por Baldoíno, que tem uma chácara próximo a do deputado Marcelo Castro, o aposentado Bento Henrique Pinheiro, 39 anos, solteiro, que é deficiente de uma perna, é especial e toma o medicamento gardenal, apanhou tanto que está com um dos olhos deformado, um braço fraturado e continua internado no Hospital da Polícia Militar do Piauí, na Zona Sul de Teresina.

Segundo o delegado Menandro Pedro, que começou a ouvir as vítimas do massacre, na última quinta-feira (1º de novembro de 2012), o deficiente físico Bento também sofreu as torturas porque namora com a filha do caseiro Luís Sousa, a jovem Nayara Letícia da Silva, 18 anos, que está traumatizada e não quer mais ir para a escola. Segundo o caseiro Luís Sousa, toda a violência ocorreu porque o contador Baldoíno suspeitava de que seu filho menor de iniciais A.L.S.N, de 16 anos, teria furtado duas bicicletas, um botijão e duas caixas de som em sua chácara, o que o caseiro afirma não ter fundamento.

O menor filho do caseiro do deputado Marcelo Castro só não chegou a ser morto porque a Polícia Militar chegou ao local. Na chácara do deputado federal do PMDB foram quebradas janelas, telhas e outros objetos, durante a invasão. O delegado Menandro Pedro já determinou a realização de perícia no local. “Eu não sabia o que fazer, meus filhos choravam, gritavam e eu também, e a situação foi tão séria que nós acabamos fazendo cocô na roupa”, declarou dona Maria do Carmo enquanto aguardava ser ouvida pelo delegado Menandro Pedro, no 25º DP.

O caseiro Luís Sousa e a sua mulher Maria do Carmo acusaram em depoimento ao delegado Menandro Pedro, de ter comandado todo o massacre, o contador Baldoído, que chegou a chácara do deputado Marcelo Castro, em uma caminhoneta Hilux preta, com vários elementos na carroceria. O delegado Menandro já apurou que estavam na carroceria da Hilux, os irmãos identificados por Fábio Henrique da Silva; José Francisco da Silva, vulgo Zé da Dalva e Sebastião Henrique da Silva, mais conhecido por Henrique.

Segundo o policial rodoviário federal Orlando Castro (aposentado), que é primo do deputado Marcelo Castro, que está acompanhando o caso, os três irmãos que estavam na carroceria do carro do contador Baldoíno já tem antecedentes criminais. Zé da Dalva já esfaqueou a própria irmã Meire; Sebastião Henrique da Silva já é acusado de homicídio, e Fábio Henrique da Silva, por volta das 22h30min do dia 12 de maio deste ano (2012), matou com uma facada no abdômen, na localidade Alto da Baixa Fria, no Povoado Árvore Verde, por trás do Clube do Sinpoljuspi, na Zona Leste de Teresina-PI, o caseiro Antônio Carlos da Costa Barbosa, 24 anos, que era filho da cidade de José de Freitas-PI. Antônio Carlos estava dormindo em uma rede, quando foi morto por Fábio e suas vísceras ficaram expostas. O delegado Menandro Pedro informou que indiciou Fábio pelo assassinato do caseiro Antônio Carlos, que era conhecido por Jacaré, pediu a sua prisão preventiva, mas até hoje, a Justiça não decretou.

Delegado quer esclarecimentos

O delegado Menandro Pedro está investigando porque a Polícia Militar chegou ao local onde estava ocorrendo o massacre e só levou para a Central de Flagrantes em Teresina, o menor filho do caseiro e o deficiente Bento, que estava bastante ferido e não levou também as pessoas que estavam praticando o massacre na chácara do deputado Marcelo Castro, inclusive, os dois homens que estavam armados de revólveres e pistola, que se apresentavam como policiais durante as torturas. Menandro vai encaminhar ofício à Central de Flagrantes, pedindo informações sobre o que foi feito com relação ao caso. Ele vai encaminhar ofício também ao Comandante do 5º BPM, no Planalto Ininga, para que sejam apresentados no 25º DP, os policiais que foram atender a ocorrência na chácara do deputado federal Marcelo Castro, para serem ouvidos no inquérito que apura o massacre.

Surpreso


O delegado Menandro Pedro ficou surpreso por volta das 15h30min da última quinta-feira (1º de novembro de 2012), quando se encontrava no 25º DP, no Parque Anita Ferraz, e chegou o caseiro do contador Baldoino, identificado por Adailson José da Silva para registrar uma queixa de que haviam roubado na chácara de Baldoíno. O delegado indagou Adailson porque o roubo teria ocorrido na chácara de Baldoino, há vários dias, e só depois que o patrão dele (Adailson) está sendo investigado pelo massacre na chácara do deputado Marcelo Castro, ele mandou que fosse comunicar o caso na delegacia. O próprio delegado Menandro pegou os dados de Adailson José da Silva e o intimou para comparecer ao 25º DP, na próxima segunda-feira (5), para ser ouvido, assim como também os seus irmãos Fábio Henrique da Silva, José Francisco da Silva e Sebastião Henrique da Silva, que junto com o contador Baldoíno teriam participado da invasão e torturas na chácara do deputado Marcelo Castro. Adailson foi até ao 25º DP, acompanhado de sua mãe Dalva, em um táxi fretado.


Curta a página do GP1 no facebook: www.facebook.com/PortalGP1

Mais conteúdo sobre:

Ver todos os comentários   | 0 |

Facebook
 
© 2007-2024 GP1 - Todos os direitos reservados.
É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita do GP1.