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Vendedores reclamam de crise no Corso 2016

Além de uma festa popular, o Corso também é uma forma de levantar uma renda extra.

Ao que parece, a crise afetou o Corso 2016. Com o número reduzido de caminhões e de foliões na Avenida Raul Lopes, a festividade ficou longe daquela que um dia foi consagrado como maior Corso do Mundo. Não só a avenida sentiu o peso da crise, mas também, os barraqueiros que viram suas vendas caírem com relação aos anos anteriores.

Além de uma festa popular, o Corso também é uma forma de levantar uma renda extra. No local, em meio aos festeiros, também encontramos os barraqueiros, que cuidam da alimentação dos foliões, os vendedores de adereços e os catadores de latinha.

Crise nas barraquinhas de alimentação


Este é o terceiro corso da cozinheira Cristina Monção. Esse ano ela sentiu na pele e no bolso o peso da crise. De acordo com ela, o jeito foi baixar os preços, para não ficar no prejuízo. “Diminuiu muito em relação ao ano passado. O que ainda estamos vendendo é arrumadinho. As bebidas, o pessoal traz tudo de casa, aí ficamos quase que no prejuízo. Tivemos que baixar os preços, porque senão, não venderíamos”, contou ao GP1.
Imagem: Lucas Dias/GP1Vendedora no corso de Teresina(Imagem:Lucas Dias/GP1)Cristina Monção relata que vendas foram afetadas pela crise
Já a dona Raimunda foi ao Corso pela primeira vez este ano, mas a sensação é a mesma. Assim como Cristina, ela vendeu em sua barraca, comidas e bebidas. “Trouxe minha barraca por que tenho conhecidas minhas que sempre trouxeram e se davam bem. Mas minhas vendas tão muito fracas. O que ainda tá saindo é arrumadinho”, observou.
Imagem: Lucas Dias/GP1Vendedora corso Teresina(Imagem:Lucas Dias/GP1)Dona Raimunda reclama de vendas fracas no Corso 
Ricardo Alves, já trabalhou várias vezes no Corso. Na sua barraquinha também tem comida e bebida. Ele reclama que além das vendas diminuírem, a alegria do Corso deste ano, também foi menor. “As vendas reduziram muito comparada ao ano passado. Caíram de 20 a 30%. Mas além das vendas, senti que o Corso tá menos animado. Não senti aquela alegria contagiante”, ressaltou o cozinheiro.
Imagem: Lucas Dias/GP1Vendedores corso Teresina(Imagem:Lucas Dias/GP1)Ricardo Alves com Flávio Diansã, os dois são donos da barraca

Barracas de adereços também sofrem queda nas vendas 


Mas não foram só as barraquinhas de comida e bebida que sentiram o peso da crise, de acordo com o Victor, as vendas dos adereços, também reduziu. “Não vendi ainda quase nada essa hora [22 horas]. Diminuiu muito mesmo”, declarou o vendedor.
Imagem: Lucas DIas/GP1Vendedor corso(Imagem:Lucas DIas/GP1)Victor reclama de redução nas vendas 

A história do pequeno catador Gabriel


O Gabriel tem 10 anos, e é morador do bairro Santo Antônio. O menino contou ao GP1, que a mãe dele não gosta que ele a ajude, pois pra ela, o filho só tem que estudar. Mas, a criança diz fazer questão de participar do Corso, para ajudá-la. A mãe vende cerveja em um isopor. Enquanto isso, o Gabriel percorre a avenida, atrás de latinhas. Pergunto se ele está cansado, ele responde pronto, com sorriso no rosto: “Estou não, tenho muita força”.
Imagem: Lucas Dias/GP1Menino com latinhas(Imagem:Lucas Dias/GP1)Gabriel organiza as latinhas próximo a mãe 
Ele está bem longe de saber o significado da crise do Brasil, mas sabe bem o que é passar necessidade. “Eu junto latinha pra ajudar minha mãe pra depois vender na Miguel Rosa”, e assim conclui novamente a prosa, com um belo sorriso no rosto.

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