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Mais quatro mulheres denunciam advogado Jefferson Costa por estupro

"O comportamento e o modus operandi indica que ele é um estuprador em série”, afirmou a delegada Vilma.

O advogado Jefferson Moura Costa, preso nesta quarta-feira (14) acusado de estuprar uma diarista em Teresina, é suspeito de ter feito pelo menos mais quatro vítimas. O GP1 conversou na noite desta quinta (15) com a delegada Vilma Alves, titular da Delegacia da Mulher, e ela revelou que recebeu uma denúncia formal de mais uma jovem e uma outra mulher já entrou em contato, afirmando que nesta sexta-feira vai prestar queixa contra Jefferson. As outras duas denúncias partiram de duas jovens que entraram em contato diretamente com nossa reportagem e agora vão levar o caso à polícia.

Segundo a delegada Vilma, logo após a repercussão do caso da jovem de 27 anos que foi estuprada enquanto fazia uma faxina na casa do advogado, uma outra mulher procurou a delegacia na tarde de hoje, para registrar denúncia. Para a delegada, tudo indica que estejamos diante de um estuprador em série.

Foto: Alef Leão/GP1Delegada Vilma Alves
Delegada Vilma Alves

“Hoje à tarde eu fui surpreendida com a segunda vítima dele e amanhã nós teremos a terceira vítima, ela disse que vai amanhã na delegacia, quer dizer, pelo comportamento e o modus operandi tudo indica que ele é um estuprador em série”, declarou Vilma.

Mais duas denúncias na delegacia

De acordo com a delegada, a mulher que procurou a delegacia nesta quinta-feira (15) relatou que foi vítima do advogado em dezembro do ano passado, quando foi fazer a entrega de produtos em seu apartamento. “Ela vende produtos pela internet e frequentava a mesma igreja que ele e ele a procurou, conversou com ela pelas redes sociais e fez uma compra no valor de R$ 190,00. Ela foi entregar os produtos e receber o dinheiro, e quando foi pegando a maquininha do cartão foi surpreendida com um abraço dele, sufocando ela, querendo beijar e ela se desviando, ela se desesperou, gritou, se soltou dele e saiu correndo desesperada”, informou.

A moça disse que ficou com medo de denunciar, por se tratar de um advogado, o que dava a entender que era alguém com certa influência. “Isso foi em dezembro, ela disse que ficou com medo porque ele é advogado, rico, é aquela história, você vê o quanto as mulheres ficam intimidadas pela situação social e financeira dos estupradores, dos autores de violência contra a mulher. Eu estou abalada, impactada com tudo isso”, disse a delegada.

Foto: Reprodução/FacebookJefferson Moura Costa
Jefferson Moura Costa

Vilma Alves ressaltou que essa moça só criou coragem para prestar queixa quando viu um caso semelhante acontecer com outra pessoa. “Quando ela viu hoje o relato da diarista ela tomou coragem, então, quando eu cheguei hoje na delegacia por volta das 16h ela estava lá sentada, dizendo ‘eu quero fazer a minha denúncia, eu criei coragem’, e a outra já ligou dizendo que amanhã está lá”.

Por fim, a delegada explicou que no caso dessa moça, mesmo sem a conjunção carnal, o fato de ela ter sido agarrada a força já configura estupro. “De acordo com a nova visão do direito penal, se o homem pegar em alguma parte do corpo da mulher, querer abraçar, querer beijar, já é estupro”, concluiu.

Outras duas vítimas

O GP1 foi procurado na tarde desta quinta-feira (15) por uma jovem de 23 anos, identificada aqui pelas iniciais M. C., que afirma que ela e uma amiga foram assediadas e agarradas a força pelo advogado em novembro do ano passado. Segundo o relato da moça, ela e a colega tinham sido chamadas para fazer uma faxina no apartamento do acusado, quando tudo aconteceu.

“Quando eu vi essas matérias eu disse ‘é o mesmo cara’. Estou nervosa, mas o máximo que puder ajudar eu vou ajudar, achei importante falar porque assim encorajo também outras pessoas a falarem, caso ele tenha feito outras vezes, porque tenho certeza que não foi só com a gente”, afirmou.

Entenda o caso

O advogado Jefferson Moura Costa foi preso em flagrante na madrugada desta quinta-feira (15), acusado de estuprar uma mulher que fazia uma faxina em seu apartamento, em um condomínio localizado na zona leste de Teresina.

Ele foi conduzido à Central de Flagrantes pela Polícia Militar no final da tarde da quarta-feira (14), após a mulher denunciar que ele a havia estuprado. A vítima fez o exame de corpo de delito, onde foi constatada a conjunção carnal. Assim, Jefferson Moura, que aguardava o resultado do laudo na Central de Flagrantes, foi preso por volta de 1h da madrugada.

Já na tarde desta quinta (15) o juiz Markus Calado Schultz, da Central de Inquéritos de Teresina, decretou a prisão preventiva do advogado.

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