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Eduardo Cunha pode ter movimentado R$ 25 milhões na Bovespa

Os números constam de extrato de movimentação e negociação BMF&Bovespa encaminhado à 6ª Vara Federal Cível do Paraná.

Segundo a Força Tarefa da Lava Jato, o ex-presidente da Câmara e deputado cassado Eduardo Cunha (PMDB), movimentou cerca de R$ 25,2 milhões na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) entre 2009 e 2014, sendo a maior parcela em compras e vendas de papéis da OGX e da Petrobras.

Os números constam de extrato de movimentação e negociação BMF&Bovespa encaminhado à 6ª Vara Federal Cível do Paraná, que decretou a indisponibilidade de R$ 220 milhões do peemedebista. As operações ocorreram no primeiro semestre de 2009, quando ações da Petrobras ainda sofriam grande alavancagem no mercado de capitais por causa de sucessivos anúncios de descobertas de óleo na camada do pré-sal.

De acordo com o Estadão, os dados de negociações do ex-deputado na Bovespa revelam que ele operava papéis da Petrobras ao mesmo tempo em que cobrava propina de empresários. Em uma das denúncias contra ele, o procurador-geral da República Rodrigo Janot aponta que Eduardo Cunha teria se reunido no Rio de Janeiro em 18 de setembro de 2011 com o lobista Fernando Baiano, e o executivo Júlio Camargo, que representava o estaleiro Samsung Heavy Industries para cobrar a propina devida por Camargo referente a contratos de navios-sonda fechados pela Samsung com a Petrobrás.

  • Foto: Rodrigo Félix Leal/Futura Press/Estadão Conteúdo Ex-deputado Eduardo Cunha Ex-deputado Eduardo Cunha

Os dados da Bovespa encaminhados à Justiça Federal consideram apenas movimentações nome de Cunha de janeiro de 2009 a 16 de junho de 2016. Além destas operações, o Banco do Brasil também bloqueou uma ação da Oi de R$ 2,10 mantida pelo peemedebista em julho deste ano, o que pode indicar que ele adquiriu o papel depois da data do relatório da Bovespa ou que ele já possuía essa ação antes, mas não havia feito nenhum negócio com ela.

A defesa do peemedebista afirma que vai demonstrar ao longo do processo que não houve nenhuma ilegalidade nas movimentações na Bolsa de Valores.  “Quanto a fatos específicos os advogados vão se manifestar nos autos do processo”, disse o advogado Ticiano Pinheiro, um dos defensores de Cunha.

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