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Política

Jucá fala em áudio sobre pacto para deter Operação Lava Jato

O ministro sugeriu que uma mudança no governo resultaria em pacto para "estancar a sangria" da operação.

O atual ministro do Planejamento, Romero Jucá (PMDB-RR), propôs em conversas gravadas com o ex-presidente da Transpectro Sérgio Machado, que uma mudança no governo federal resultaria em um pacto para “estancar a sangria” da Operação Lava Lato, que investiga os dois.

Imagem: José Cruz/ Agência BrasilAtual ministro do Planejamento, Romero Jucá(Imagem:José cruz/ Agência Brasil)Atual ministro do Planejamento, Romero Jucá

O ministro afirmou que seria necessária uma resposta política para evitar que Moro assumisse as investigações. “Se é político, como é política? Tem que resolver essa porra. Tem que mudar o governo para estancar essa sangria”, diz Jucá no diálogo.

De acordo com a Folha de S.Paulo, os diálogos entre Romero Jucá e Sérgio Machado aconteceram semanas antes da votação do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff na Câmara os Deputados. As conversas somam 1h15min e estão em poder da Procuradoria-Geral da República (PGR).

Machado é investigado no Supremo Tribunal Federal (STF), como sendo responsável por destinar R$ 500 mil a Renan Calheiros (PMDB-AL) no caso de corrupção da Petrobras. Já Jucá é alvo de inquérito no STF por suposto recebimento de R$ 1,5 milhão em propina para campanha eleitoral.

Leia os trechos da conversa divulgados pelo jornal “Folha de S.Paulo”:

SÉRGIO MACHADO - Mas viu, Romero, então eu acho a situação gravíssima.

ROMERO JUCÁ
- Eu ontem fui muito claro. [...] Eu só acho o seguinte: com Dilma não dá, com a situação que está. Não adianta esse projeto de mandar o Lula para cá ser ministro, para tocar um gabinete, isso termina por jogar no chão a expectativa da economia. Porque se o Lula entrar, ele vai falar para a CUT, para o MST, é só quem ouve ele mais, quem dá algum crédito, o resto ninguém dá mais credito a ele para porra nenhuma. Concorda comigo? O Lula vai reunir ali com os setores empresariais?

MACHADO - Agora, ele acordou a militância do PT.

JUCÁ - Sim.

MACHADO - Aquele pessoal que resistiu acordou e vai dar merda.

JUCÁ - Eu acho que...

MACHADO - Tem que ter um impeachment.

JUCÁ - Tem que ter impeachment. Não tem saída.

MACHADO - E quem segurar, segura.

JUCÁ - Foi boa a conversa mas vamos ter outras pela frente.

MACHADO - Acontece o seguinte, objetivamente falando, com o negócio que o Supremo fez [autorizou prisões logo após decisões de segunda instância], vai todo mundo delatar.

JUCÁ - Exatamente, e vai sobrar muito. O Marcelo e a Odebrecht vão fazer.

MACHADO - Odebrecht vai fazer.

JUCÁ - Seletiva, mas vai fazer.

MACHADO - Queiroz [Galvão] não sei se vai fazer ou não. A Camargo [Corrêa] vai fazer ou não. Eu estou muito preocupado porque eu acho que... O Janot [procurador-geral da República] está a fim de pegar vocês. E acha que eu sou o caminho.

[...]

JUCÁ - Você tem que ver com seu advogado como é que a gente pode ajudar. [...] Tem que ser política, advogado não encontra [inaudível]. Se é político, como é a política? Tem que resolver essa porra... Tem que mudar o governo pra poder estancar essa sangria.

[...]

MACHADO - Rapaz, a solução mais fácil era botar o Michel [Temer].

JUCÁ - Só o Renan [Calheiros] que está contra essa porra. "Porque não gosta do Michel, porque o Michel é Eduardo Cunha". Gente, esquece o Eduardo Cunha, o Eduardo Cunha está morto, porra.

MACHADO - É um acordo, botar o Michel, num grande acordo nacional.

JUCÁ - Com o Supremo, com tudo.

MACHADO - Com tudo, aí parava tudo.

JUCÁ - É. Delimitava onde está, pronto.


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