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Política

Bolsonaro diz que está mais próximo de se filiar ao PP ou PL

Em entrevista nesta manhã, presidente ainda criticou julgamento de chapa com Mourão no TSE.

Sem ainda ter um partido para disputar a reeleição em 2022, o presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta quarta-feira, 27, manter conversas com PP e PL para definir sua filiação. As duas siglas fazem parte da sua base de apoio e o presidente avalia qual o poder de influência terá sobre cada uma antes de bater o martelo. Na mesa de negociações está o controle de diretórios regionais e a escolha de candidatos ao Senado.

“Hoje em dia está mais para PP ou PL, me dou muito bem com os dois partidos”, afirmou o chefe do Executivo em entrevista à Jovem Pan News. “Mas a escolha é igual a casamento. Às vezes, até escolhendo a gente tem problema. Imagina se fizer de atropelo”, completou, admitindo estar “atrasado” para decidir sobre uma sigla. Bolsonaro está sem partido há quase dois anos, quando deixou o PSL.

Na segunda-feira, o presidente do PL, o ex-deputado Valdemar Costa Neto, preso no escândalo do mensalão, publicou um vídeo com um convite oficial de filiação ao presidente. Como mostrou a Coluna do Estadão, a sigla ofereceu diretórios estaduais para controle de Bolsonaro, que, no entanto, também é cortejado pelo PP, o partido do ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, e do presidente da Câmara, Arthur Lira (AL), aliado de primeira hora do governo.

“Tenho interesse em indicar metade dos candidatos ao Senado, pessoas perfeitamente alinhadas conosco”, afirmou o presidente à rádio. A ideia do presidente é, em uma eventual reeleição, ampliar a bancada aliada na Casa, que hoje oferece resistência às pautas do Palácio do Planalto.

Ele dorme pensando no PL e acordo pensando no PP', diz Flávio

A indefinição de Bolsonaro também tem atrasado mudanças de aliados, que pretendem acompanhá-lo na nova sigla, seja ela qual for. O filho mais velho do presidente, o senador Flávio Bolsonaro (Patriota-RJ), é um deles. "Ele dorme pensando no PL e acorda pensando no PP (Progressistas)", disse o senador ao Estadão.

O "Zero Um" avalia que em ambos há prós e contras à filiação de Bolsonaro. Para Flávio, o alinhamento de dirigentes regionais do Progressistas com o PT, como ocorre na Bahia, em Pernambuco e na Paraíba, é um fator que pode pesar na escolha. Por outro lado, o fato de o presidente já ter sido filiado à sigla pode facilitar a sua volta.

"(O Progressistas é) um partido com um pouquinho mais de capilaridade. É o partido que meu pai se candidatou pela primeira vez, começou pelo PDC, depois fundiu e formou o PPB (nome que o partido adotava até 2003)", afirmou Flávio.

Já o PL é o partido da ministra da Secretaria de Governo, Flávia Arruda, e faz parte da base do governo no Congresso. O Progressistas também é da base, além de Ciro e Lira, tem como filiado o líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (PR).

"O que ele entender que for melhor para ele, para o futuro político, eu estou junto. Os dois partidos são maravilhosos, são partidos que têm capilaridade e têm pessoas no comando que têm palavra", afirmou Flávio. "A decisão está demorando por causa disso, é tão difícil escolher entre dois partidos que tratariam tão bem ele", completou.

Oitava troca

Jair Bolsonaro está sem legenda desde o final de 2019, quando se desfiliou do PSL após uma disputa com o comando da sigla por influência financeira e política. Está será sua oitava troca de partido desde que iniciou a carreira política, ainda na década de 1980.

A exemplo do pai, Flávio admitiu que há um atraso para a definição. "Já está atrasado, as conversas estão acontecendo para formação dos palanques dos Estados", afirmou.

Independentemente da filiação de Bolsonaro, o senador afirmou que o presidente quer ter na coligação os dois partidos e também o Republicanos e o PTB. "A ideia é essa e outros também que tenham ali uma identidade maior com o nosso projeto do que com o projeto do PT".

O chefe do Poder Executivo já chegou a negociar uma filiação com pelo menos nove partidos, mas nenhuma das tentativas obteve sucesso até agora.

A última negociação foi com o Patriota, partido ao qual Flávio se filiou para preparar o terreno para a entrada do pai. Apesar disso, a sigla viveu uma guerra interna porque se dividiu sobre entregar o comando de diretórios para o grupo de Bolsonaro. Por causa disso, Adilson Barroso, o principal patrocinador da filiação do presidente, acabou destituído da presidência da legenda.

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