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Política

DEM adota 'postura de neutralidade' na eleição do Congresso

Mudança se dá após uma série de pressões do governo de Jair Bolsonaro para obter maioria em favor de Arthur Lira.

A bancada do DEM decidiu na noite deste domingo, 31, adotar uma postura de neutralidade na eleição da Câmara, marcada para esta segunda-feira, 1º. Com isso, o partido não fará parte do bloco de apoio ao candidato Baleia Rossi (MDB-SP), para onde líderes da sigla sinalizavam, até então.

Ao Estadão, o presidente nacional do DEM, o ex-prefeito de Salvador ACM Neto, afirmou que a postura era a única que "preservava a unidade" do partido. "Por unanimidade, (a decisão é) não integrar nenhum dos dois blocos", afirmou.

A mudança se dá após uma série de pressões do governo de Jair Bolsonaro para obter maioria em favor do candidato Arthur Lira (Progressistas-AL).

Além de bilhões em recursos extras para governistas e dissidentes, como mostrou o Estadão, o governo escalou os ministros Onyx Lorenzoni e Tereza Cristina para as articulações.

Ambos são deputados do DEM e voltam à Câmara nesta segunda-feira, 1º, para votar a favor do preferido do Palácio do Planalto. Eles vinham participando de reuniões fechadas para influenciar na mudança.

Entre os 31 deputados do DEM, uma parte, liderada por Elmar Nascimento (BA), trabalhou para transferir o partido para o bloco de Arthur Lira.

Internamente, a troca era interpretada como uma profunda derrota a Rodrigo Maia (DEM-RJ), atual presidente da Câmara. Crítico do governo Bolsonaro, ele é o principal fiador da candidatura de Baleia Rossi.

"Temos 22 votos em Arthur Lira, mas o partido não integrará o bloco com Baleia Rossi. O partido abre mão de ter espaço importante na Mesa. O partido vai votar em Arthur Lira, mas não integramos o bloco", disse Pedro Lupion (PR).

Sem estar formalmente em um bloco ou outro, o DEM perde a chance de ocupar uma vaga na Mesa Diretora. A divisão se dá pelo critério da proporcionalidade dos partidos dos blocos.

A neutralidade, na reunião deste domingo foi defendida pelo presidente nacional do DEM, o ex-prefeito de Salvador ACM Neto. Elmar Nascimento acompanhou a orientação e foi acompanhado pela maioria. Maia não participou da reunião.

A decisão do partido é um importante revés para a campanha de Baleia Rossi. Ele é apoiado por uma Frente Ampla, com partidos de campos ideológicos distintos. O movimento é inédito desde a redemocratização e abre caminho de diálogo entre opositores de Bolsonaro para a sucessão de 2022.

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