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Política

Relator no Conselho de Ética da Câmara pede cassação de Flordelis

O pedido de cassação ainda deve ser votado no plenário da Câmara pelos 513 deputados.

Mais de oito meses após a deputada Flordelis (PSD-RJ) ser acusada de mandar matar o marido, o relator do processo contra ela no Conselho de Ética da Câmara, deputado Alexandre Leite (DEM-SP), defendeu a cassação do mandato da parlamentar. Em parecer apresentado nesta terça-feira, 1º, Leite afirmou que as provas apresentadas até agora sobre o crime demonstram que ela deve perder o mandato.

Para Flordelis deixar de ser deputada, o relatório de Leite ainda precisa ser aprovado pela maioria do colegiado, formado por 21 parlamentares. A votação está marcada para a próxima terça-feira, dia 8. Depois, o pedido de cassação ainda deve ser votado no plenário da Câmara pelos 513 deputados.

A deputada federal foi denunciada em agosto do ano passado pelo Ministério Público do Rio (MP-RJ) como mandante do assassinato do marido, o pastor Anderson do Carmo, ocorrido em junho de 2019, em Niterói, na região metropolitana do Rio. O casal havia conquistado notoriedade por ter criado 55 filhos, a grande maioria adotada.

A investigação durou mais de um ano, e os responsáveis pelo inquérito concluíram que a deputada "foi a autora intelectual, a grande cabeça desse crime". A defesa de Flordelis nega o envolvimento da parlamentar e diz que a investigação é "contraditória e espetaculosa".

"As provas coletadas tanto por esse colegiado, quanta no curso do processo criminal, são aptas a demonstrar que a representada tem um modo de vida inclinado para prática de condutas não condizentes com aquilo que se espera de um representante do povo", afirmou Leite em seu relatório, que tem 28 páginas.

O deputado não fez considerações sobre o viés penal do caso, mas considerou que a colega violou o Código de Ética e Decoro Parlamentar, principalmente ao se contradizer sobre fatos envolvendo o caso criminal. O relator apontou inconsistências na defesa da deputada, como por exemplo, ela negar ter sido autora de mensagens de texto dias após a morte de Anderson. "A simples leitura de trechos das mensagens somada a um exercício simples de lógica permite constatar que o texto das mensagens é de autoria inconteste da representada", escreve Leite.

Além da deputada, outras dez pessoas foram denunciadas pelo crime, incluindo filhos do casal, que chegaram a ser presos. Por ter imunidade parlamentar, Flordelis não chegou a ser presa pelo crime.

No começo do ano, uma das filhas da deputada confessou ter pago R$ 5 mil para o assassinato de Anderson. Simoni dos Santos Rodrigues disse que a quantia foi entregue à sua irmã Marzy Teixeira. A motivação do crime seria assédio sexual cometido pelo pastor.

Em entrevista à TV Globo em março, a deputada acusou Simone pela morte. Segundo disse ao Programa do Bial, a motivação foi porque Anderson assediava a própria filha, que estava doente.

Após o relator apresentar o parecer pela sua cassação, Flordelis afirmou ser inocente. "Nunca tive participação alguma na morte do meu marido. E isso vai ser provado, a minha inocência será provada pelos meus advogados e vocês terão provas suficientes da minha inocência", disse ela, em entrevista na Câmara.

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