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Política

“A Graciela me traiu”, diz Roberto Jefferson sobre o comando do PTB

O ex-presidente do partido afirmou que foi traído por Graciela e pela filha, Cristiane Brasil.

Em meio a uma disputa pelo comando do PTB Nacional, Roberto Jefferson escreveu uma carta em que critica a cúpula do partido e diz que foi traído tanto por Graciela Nienov, que assumiu a sigla após a prisão do ex-mensaleiro, quanto pela própria filha, a ex-deputada federal Cristiane Brasil.

Tal declaração de Roberto Jefferson foi emitida em uma carta encaminhada ao seu advogado Luiz Gustavo Pereira da Cunha, que confirmou à imprensa a veracidade do texto.

Foto: Eduardo Matysiak/Futura Press/Estadão ConteúdoRoberto Jefferson
Roberto Jefferson

Recentemente, Cristiane Brasil acusou Gacriela de ter firmado um pacto com o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), para manter Jefferson preso. A acusação de Cristiane foi baseada em áudios atribuídos a Graciela, divulgados em um grupo supostamente secreto de dirigentes do PTB.

Por trás das acusações, está a disputa pelo comando da executiva nacional do PTB. Graciela tenta se manter no poder, enquanto Cristiane também quer o posto, mesmo que à revelia do próprio pai.

Neste sábado (29), dirigentes do PTB informaram que Graciela deixou o partido, mas a decisão ainda não foi oficializada.

Traição de Graciela Nienov

Ainda na carta, Jefferson afirma que atendeu a um “pedido de demissão” da dirigente e que foi traído por ela. “A Graciela me pediu demissão, eu aceitei, pois após os áudios do grupo dela perdeu qualquer condição moral ou política para continuar à frente da presidência. A Graciela me desqualificou e me traiu. Quis apagar minhas lutas e o meu legado. Estou dizendo isso pelo o que ouvi do grupo secreto da Graciela”, disse Roberto Jefferson.

Em seguida, o presidente afastado do partido afirma que Graciela, em seu ponto de vista, foi pior do que Cristiane Brasil. “A Graciela foi pior do que a Cristiane para mim, que foi pior do que Brutus foi para Júlio César. Quando ela me visitava na prisão ela chorava, fazia minha Ana chorar, me fazia chorar, declarando amor, lealdade e compaixão. Como ao sair de lá ela podia fazer aquelas gravações no seu grupo secreto, de zombarias desconstrução? Como?”, indagou Jefferson.

Visita de Graciela

Roberto Jefferson ainda comentou sobre aceitar uma possível visita de Nienov. "Quanto a falar comigo, a Graciela sabe onde eu moro. Não sairei de casa, estou preso e incomunicável, somente podendo receber visitas de parentes próximos e de meus advogados como agora recebo. Decisão judicial. Peço a você que peça autorização ao Ministro para trazer a Graciela até aqui. Em caso de autorização, eu a receberei", confirmou.

Leia na íntegra a carta de Roberto Jefferson

Não dei uma palavra contra a Graciela. Eu a defendi contra todos, até com você quando me chamava atenção em relação a ela eu brigava. Briguei contra todos, contra minha própria filha. Contra o [Luiz] Rondon [secretário do PTB], o [Antônio] Albuquerque [vice-presidente região Nordeste] e suas ameaças de morte. Tanto que ele procurou o Neskau para me ameaçar, e ele respondeu se for pessoalmente e de frente ele pagava para ver.

Fiz dela minha continuação, mas ela se transformou numa ruptura. Nada dissemos contra ela, só falávamos a favor. O mal que está sendo dito na mídia são palavras dela e do grupo dela. Nayara [integrante do conselho de ética do PTB], Jefferson, [Rodrigo] Valadares [secretário do PTB] e Paula [integrante do PTB de Porto Alegre]. São diálogos deles num grupo secreto. As piores palavras saem dela, do Valadares e do Jefferson.

Chamam meu grupo de 5a. coluna, falam em terminar com a seita robertista, que meu grupo aluga a legenda, que meu grupo quer destruir o PTB.

Eu precisei ouvir 4 vezes as gravações do grupo secreto que eles formaram. Li várias vezes os tweets que eles escreveram. Minha cabeça se recusava a aceitar. Me abalou profundamente. Da Cristiane eu poderia esperar essas atitudes, mas da Graciela que eu gostava como filha, nunca.

Repito, a crise não foi forjada por nós, mas pelas palavras de Grupo secreto da Graciela, publicadas pela Nayara que brigou com o grupo.

A mim abalou. Ouvi várias vezes a zombaria feita contra mim e meus amigos. Se o PTB não tem hoje tantos deputados, foi porque nós colocamos os viciados para fora. Os presidentes regionais construirão uma nova e grande bancada.

A Graciela me pediu demissão, eu aceitei, pois após os áudios do grupo dela perdeu qualquer condição moral ou política para continuar à frente da presidência. A Graciela me desqualificou e me traiu. Quis apagar minhas lutas e o meu legado. Estou dizendo isso pelo o que ouvi do grupo secreto da Graciela.

A Graciela foi pior de que a Cristiane para mim, que foi pior do que Brutus foi para Júlio César.

Quando ela me visitava na prisão ela chorava, fazia minha Ana chorar, me fazia chorar, declarando amor, lealdade e compaixão.

Como ao sair de lá ela podia fazer aquelas gravações no seu grupo secreto, de zombarias desconstrução? Como?

Quem ela é na verdade?

A Graci que chora pra mim ou a que ri de mim nas minhas costas no grupo secreto?

Quanto a falar comigo, a Graciela sabe onde eu moro. Não sairei de casa, estou preso e incomunicável, somente podendo receber visitas de parentes próximos e de meus advogados como agora recebo. Decisão judicial. Peço a você que peça autorização ao Ministro para trazer a Graciela até aqui. Em caso de autorização, eu a receberei como só poderia ser, minha criatura querida.

Como ser humano tem meu amor, mas perdeu minha confiança para presidir nosso PTB.

Eu a edifiquei como uma grande líder para a vida. Ela quis me envolver com as cordas da sepultura.

Escrevo esta carta que te entrego profundamente triste e abalado.

Nossa força e vitória é Jesus!

Roberto Jefferson, um preso político.

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