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Política

O que se sabe sobre o assassinato do tesoureiro do PT

Segundo o boletim de ocorrência do caso, Jorge Guaranho invadiu a festa duas vezes anteriormente.
Por Estadão Conteúdo

O guarda municipal Marcelo Arruda, que também era tesoureiro do PT em Foz do Iguaçu (PR), comemorava seu aniversário de 50 anos no clube da Associação Esportiva Saúde Física Itaipu (Aresfi) na noite do último sábado, 9, quando o agente penitenciário Jorge da Rocha Guaranho chegou ao local sem ser convidado, portando uma pistola Taurus calibre .40, iniciando uma discussão que terminaria na morte do petista.

Primeiro, Jorge fez ameaças, intimidou os presentes e foi embora. Depois, retornou e efetuou disparos contra Arruda, que revidou. O guarda municipal chegou a ser encaminhado para o hospital, mas não resistiu e morreu. Jorge, também baleado, foi internado e está em estado grave, segundo informações da Secretaria da Segurança Pública do Paraná.

A decoração da festa de Arruda era toda inspirada no Partido dos Trabalhadores. Havia bexigas vermelhas, mesas temáticas com o símbolo do partido e as letras “PT” apoiadas em frente ao bolo. Este, inclusive, era branco e vermelho. Marcelo posou para fotos fazendo um “L” com as mãos, em referência ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O rosto do ex-presidente também estava estampado na camiseta do guarda e em uma faixa pendurada na parede, com os dizeres “para o Brasil voltar a sorrir”.

Guaranho, por sua vez, é apoiador do presidente Jair Bolsonaro (PL), como mostram as suas redes sociais. Nos últimos anos, ele fez diversas publicações defendendo ferrenhamente o governo federal, incentivando a compra de armas de fogo pela população e criticando a oposição. Já falou, inclusive, em “limpar” o Brasil do PT. Ele é agente penitenciário federal e está no serviço público desde 2010, de acordo com informações que publicou nas redes sociais. “Vamos todos juntos nessa luta para limpar o Brasil do PT, limpar o país desses corruptos que só buscam perpetuação no poder às custas do bem da maioria”, publicou em 2018, durante a campanha eleitoral.

Segundo informações do boletim de ocorrência, Jorge Guaranho parou com seu carro em frente à festa por volta das 23 horas do sábado. Ele estava acompanhado de uma mulher e uma criança de colo, identificadas como sua esposa e sua filha. Testemunhas relataram que ele desceu do veículo já com a arma em mãos, gritando “aqui é Bolsonaro!”. Após uma discussão com os presentes, ele entrou no carro novamente e foi embora.

Cerca de 20 minutos depois, Jorge retornou ao local sozinho, novamente de carro e portando uma pistola calibre .40. Ao vê-lo, a mulher de Marcelo se identificou como policial civil e mostrou seu distintivo; Marcelo também sacou uma arma, uma pistola calibre .380. Jorge, então, efetuou os dois primeiros disparos, acertando Marcelo, que revidou. O boletim diz que o guarda municipal foi encontrado com duas perfurações de arma de fogo, e Guaranho, com três.

Segundo relatos colhidos pela Polícia Civil do Paraná, Guaranho era desconhecido de todos no local. A corporação trabalha com a hipótese de que o crime tenha ocorrido por motivação política, mas ainda não crava essa informação. Políticos e autoridades foram às redes se solidarizar com as famílias dos envolvidos e condenar o acirramento dos ânimos durante a campanha eleitoral, que só começa oficialmente em agosto. Presidenciáveis apontaram que o episódio pode ser efeito da polarização entre Lula e Bolsonaro.

O enterro de Marcelo Arruda deve ocorrer nesta segunda-feira, 11, em Foz do Iguaçu. A presidente nacional do PT, a deputada federal Gleisi Hoffmann, cancelou compromissos e compareceu ao velório, que começou na noite de domingo.

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