O vice-presidente do PSB no Pará, Hugo Atayde, está sendo acusado de ligação com milícia e tortura, enquanto o presidente estadual da sigla, Daniel Santos, enfrenta acusações de desvio milionário na área da saúde.
Atayde é réu em uma ação penal movida pelo Ministério Público (MP), no Tribunal de Justiça do Pará, por associação criminosa com uma milícia e crimes de tortura. A acusação o responsabiliza pela morte e tortura de Matheus Gomes Silva, jovem de 23 anos acusado de roubar R$ 50 mil em objetos da casa do vice-prefeito, em 2019.

O processo criminal se arrasta há três anos sem novos desdobramentos. A milícia envolvida na denúncia é formada por oito policiais, dos quais dois atuavam no gabinete presidido por Daniel Santos. Um dos acusados, inclusive, era motorista de Daniel, que não é considerado réu nesse processo.
O Ministério Público acusa Atayde e os policiais de capturar e torturar Matheus até que o jovem confessasse o crime. O grupo também tentou associar o rapaz à facção Comando Vermelho como justificativa para sua execução, ocorrida dois meses após o assalto. A munição utilizada no homicídio pertencia à Polícia Militar, e o veículo usado pelos suspeitos também estava ligado a outros cinco assassinatos.
No ano passado, antes de assumir o diretório estadual, Atayde pediu o arquivamento do processo, alegando falta de provas. O vice-presidente já havia tido a acusação por homicídio rejeitada pelo Tribunal do Júri, mas ainda é investigado por tortura e associação à milícia.
O presidente do PSB no Pará, Dr. Daniel Santos, também é alvo de um inquérito do Ministério Público por uso indevido de recursos públicos. Ele é acusado de desviar R$ 261,3 milhões em verbas da saúde por meio de superfaturamento no hospital particular Santa Maria de Ananindeua, do qual era sócio.
Ambos os líderes integram o partido do vice-presidente da República, Geraldo Alckmin, e foram eleitos com o apoio do dirigente nacional da sigla, Carlos Siqueira.
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