Renato Rodrigues
Tite convocou os 26 atletas que vestirão a camisa da Seleção Brasileira durante os amistosos contra Tunísia e Gana, em setembro e alguns nomes que o técnico trouxe levantaram uma série de dúvidas sobre a lista final, que virá a público em outubro. Em especial, as convocações de Everton Ribeiro e Pedro, do Flamengo assim como as ausências de Gabriel Jesus, Gabriel Martinelli e Philipe Coutinho levantaram uma série de questões para os torcedores em geral.
Havia grande expectativa quanto a convocação do camisa 21 do Flamengo. Pedro, que já esteve junto com a seleção antes de se machucar, volta a figurar na lista de Tite após boa sequência na equipe rubro-negra. Taticamente, o centroavante tem um papel específico para o treinador e para ele se compara a Fred, ex-Fluminense.
“Pedro especificamente é o jogador de área, terminal. É o jogador da última bola, da conclusão. Ele é o Fred atual, vamos colocar dessa forma. Um jogador que tem uma grande capacidade de finalização que tu constrói, ou você pega uma equipe que se posiciona muito atrás, fechada, invariavelmente você tem bolas de campo que te permitam uma conclusão de cabeça. Talvez o gol que ele fez de empate contra o Vélez represente bem aquilo que eu estou dizendo, então ele empresta esta característica”, disse Tite em entrevista coletiva após a convocação, na sede da CBF.
Tite não escondeu que a convocação foi feita com o intuito de realizar outros testes antes da lista final com os 26 nomes que viajarão de forma definitiva para o Catar. Assim, com novas vagas abertas no setor de criação, pelo meio-campo, o técnico da Canarinho evidenciou uma disputa pela posição entre Everton Ribeiro e Coutinho e não descartou a convocação de ambos para o Mundial. Com elogios ao trabalho de Dorival Jr no Flamengo, Tite ressaltou o trabalho de ajuste do grupo.
“Há concorrência entre eles sim, são jogadores criativos, do setor, e que podem eventualmente, os dois inclusive serem convocados. É um jogador da criação, da organização. Já esteve conosco ali um número de jogos acentuados, uma minutagem bastante acentuada. Eu quero fazer aqui um enaltecimento ao grande trabalho do Dorival Jr., ele conseguiu em tão rápido tempo ajustar a equipe em uma mecânica tal, em cima de uma ideia de quantificação de carga e fazer complemento de setores e complemente de equipe o que é muito difícil. Em cima dessa retomada de alto desempenho, estamos falando do Everton, mas ele eleva o nível dos atletas. Saúde do atleta, condições físicas e ajuste técnico-tático, ele faz evolução, foi o que aconteceu com Everton”, afirmou.
Muito questionado sobre a ausência de Gabriel Jesus, figurinha carimbada entre os selecionáveis no Brasil, o treinador fez questão de deixar explícito o papel e importância do atleta do Arsenal no sistema tático construído durante este ciclo para a Copa do Mundo do Catar. O momento foi definido pelo técnico e sua comissão como o adequado para testes, sem fechar portas. Assista a coletiva completa.
“Gabriel Jesus especificamente, está em grande fase e concorrendo sim, absolutamente sim. Agora também, essa convocação serviu para oportunizar outros. O retrato dele dentro da seleção e no próprio clube, ele está bem. E aí a gente está dando oportunidade para os outros se mostrarem também, estamos fazendo essa situação especificamente para ele e outros que poderiam estar inseridos neste mesmo contexto”, finalizou Tite.
O Brasil encara Gana, no primeiro confronto amistoso, no dia 23 de setembro, no estádio Oceane, na França, às 15h30. No dia 27, quatro dias após o primeiro jogo, a Seleção vai ao Parque dos Príncipes, estádio do PSG, para enfrentar a Tunísia, também às 15h30.
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