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Santa Maria - Rio Grande do Sul

Dez anos de Boate Kiss: familiares lembram data e pedem justiça

"A gente segue lutando para que nenhum pai e nenhuma mãe passe pelo passamos”, disse a mãe de uma vítima.

Nesta sexta-feira, dia 27 de janeiro, a tragédia da Boate Kiss completa 10 anos, mas as marcas desse dia fatídico reverberam até hoje. Familiares e amigos de vítimas do incêndio, que aconteceu em Santa Maria, no Rio Grande do Sul, fizeram uma vigília em frente à casa noturna na madrugada de hoje.

A caminhada começou na Praça Saldanha Marinho e seguiu em silêncio até a boate, a uma quadra de distância. Foi apresentada uma coreografia de dança retratando os eventos da tragédia e uma colagem de mensagens e imagens na fachada da Kiss. Uma maneira de representar a saudade e o sofrimento que foram deixados pela tragédia que deixou 242 jovens mortos e mais de 600 feridos.

Foto: Daniel Isaia/Agência BrasilQuatro réus do processo da boate Kiss vão a júri popular
Quatro réus do processo da boate Kiss vão a júri popular

O presidente da Associação dos Familiares de Vítimas e Sobreviventes da Tragédia de Santa Maria, Gabriel Rovadoschi, agradeceu os participantes. "É muito importante ver tanta gente compartilhando desse momento, estando junto, caminhando junto, trilhando junto e registrando a história junto. E tendo a coragem de enfrentar o que a gente tem enfrentado de lembranças, de memórias. Sabemos que juntos a gente consegue muito mais".

Parte da programação para resgatar a memória após os 10 anos do incêndio ocorreu hoje na Praça Saldanha Marinho em Santa Maria é uma exposição que traz fotos de jovens que morreram na tragédia com a simulação de como estariam hoje. Umas das homenageadas é a Andrielle, filha de Ligiane Righi, que comemorava seu aniversário no dia do incêndio.

“Eu sinto que a gente tem que falar e eu prometi para a minha filha que eu não ia deixar cair no esquecimento o que aconteceu com ela e com as amigas, então todo esse movimento que está aqui é uma ajuda para não deixar cair no esquecimento. Tem que ser lembrado, tem que ser falado. As pessoas esquecem muito rápido, tem que ter memória. Os jovens têm o direito de sair e se divertir e voltar com segurança para casa, porque a preocupação com minha filha era na rua, o ir e vir. Para mim ela estava segura ali dentro [da Boate Kiss]. Foi provado o contrário. E nada mudou, infelizmente. Em dez anos não aprenderam com o que aconteceu. Mas a gente segue, a gente está lutando pela filha que ficou e para que nenhum pai e nenhuma mãe passe pelo que a gente passa até hoje”, disse Ligiane

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