Fechar
GP1

Saúde

Entenda as diferenças entre coronavírus e alergias

Sintomas apresentados podem ser semelhantes e especialistas demonstram preocupação com sobrecarga do sistema de saúde. Médicos explicam a diferença; veja.
Por Estadão Conteúdo

Os sintomas de uma alergia podem ser debilitantes: coceira, olhos vermelhos e lacrimejantes, espirros, coriza e, às vezes, tosse. Este ano, o novo coronavírus adiciona uma camada de desconforto ao aborrecimento sazonal, especialmente em áreas onde a contagem de pólen já está em níveis mais elevados. Com o medo aumentando em conjunto com o número de casos de covid-19, a doença respiratória causada por um vírus, médicos estão preocupados com a possibilidade daqueles que sofrem com alergias confundirem suas reações costumeiras ao pólen com sintomas de coronavírus e, assim, sobrecarregarem um sistema de saúde já sobrecarregado com visitas causadas pelo pânico.

"Pode ser confuso e é importante diferenciar. Se é viral, toda vez que você tosse, espalha gotículas em um raio de um metro e oitenta "que podem infectar outras pessoas", disse Sally Joo Bailey, alergologista da Allergy Associates of Northern Virginia, em Arlington, na Virgínia, e ex-presidente da Sociedade de Asma, Alergia e Imunologia Clínica da Grande Washington. As alergias, por outro lado, não são contagiosas.

Os dados mostram que algumas pessoas infectadas com o coronavírus apresentam sintomas semelhantes, como tosse, congestão nasal, coriza e garganta inflamada.

Mas existem diferenças importantes entre o vírus e as alergias que devem ajudar a aliviar o pânico desnecessário. Alergias, que são uma reação exagerada do sistema imunológico a partículas estranhas, não devem causar calafrios, dores no corpo ou febres, disse Sally. Esses são os sinais clássicos de uma infecção viral, como a do covid-19. Além disso, embora pacientes com coronavírus possam ter congestão nasal, isso não é comum. A Organização Mundial da Saúde (OMS) descobriu que apenas cerca de 5% dos pacientes com coronavírus na China tinham congestão nasal. E, aproximadamente, 14% apresentavam dor de garganta.

A temporada de gripes e resfriados pode durar até maio (no hemisfério norte), e é mais difícil diferenciar o covid-19 dessas doenças. Tanto o resfriado quanto a gripe, ou a influenza, são, como o covid-19, infecções virais transmitidas por meio do contato de pessoa para pessoa. A gripe é acompanhada de febre, o que também pode acontecer no caso de um resfriado. Tanto a gripe quanto o coronavírus podem causar tosse seca. Já um resfriado pode ser acompanhado por uma tosse úmida ou seca.

A vacina contra a gripe não oferece proteção contra o coronavírus e não garante que você não contraia a doença; portanto, as pessoas que foram vacinadas contra a gripe, mas apresentam sintomas semelhantes aos da enfermidade, devem levá-los a sério.

"Mesmo um médico experiente nem sempre pode diferenciar infecções virais sem exames", disse Jesse Goodman, especialista em doenças infecciosas da Universidade Georgetown.

Em caso de dúvida, é melhor consultar um médico, disse Goodman. "Eles provavelmente farão perguntas sobre a saúde geral do paciente, além dos medicamentos que faz uso para avaliar seu grupo de risco". Aqueles com febre alta e dificuldade em respirar serão solicitados a talvez ficarem internados, mas, à medida que os casos de covid-19 aumentam, os pacientes que apresentam sintomas leves podem ser encorajados a ficar em casa em vez de fazer o teste, uma vez que não há medicamentos para a doença, apenas cuidados de apoio. "Queremos testar as pessoas para confirmar os casos de gripe porque temos um tratamento para esses pacientes", disse Goodman, referindo-se ao medicamento antiviral usado no tratamento daqueles com gripe.

NOTÍCIAS RELACIONADAS

Brasil tem 76 casos confirmados de novo coronavírus

Bolsonaro faz teste para coronavírus; resultado sai nesta sexta

Mais conteúdo sobre:

Ver todos os comentários   | 0 |

Facebook
 
© 2007-2024 GP1 - Todos os direitos reservados.
É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita do GP1.