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Saúde

Estoque de equipamentos de proteção zera antes do pico da covid-19 no Brasil

Pasta aguarda resultado de negociação com fornecedores do exterior.

Semanas antes do pico esperado do novo coronavírus no Brasil, o Ministério da Saúde está sem estoques de equipamentos de proteção individual, como máscaras e luvas, para distribuir a profissionais de saúde.

A pasta aguarda resultado de negociação com fornecedores do exterior. A expectativa é que a reposição do estoque seja encaminhada ainda na noite desta quinta-feira, 2. As informações foram publicadas pelo jornal "O Globo" e confirmadas pelo Ministério da Saúde ao Estado.

O governo já distribuiu cerca de 40 milhões de itens de proteção aos Estados. A expectativa é conseguir outros 720 milhões de produto, sendo 200 milhões de máscaras, mas ainda não há resultado das negociações.

Segundo secretários Estaduais ouvidos pela reportagem, há regiões com mais e menos estoques, mas o ministério tem feito entregas até agora de equipamentos de proteção. Um pedido dos gestores do SUS é para usar aviões, inclusive da FAB, para agilizar o envio dos produtos.

O ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta (DEM), disse na quarta-feira, 1º, que contratos do governo brasileiro com empresas da China para compras de equipamentos foram desfeitos após os Estados Unidos enviarem mais de 20 aviões cargueiros para adquirir os mesmos itens. “As nossas compras, que tínhamos expectativa de concretizar para poder abastecer, muitas caíram”, disse Mandetta.

Mandetta disse que o cenário para compras é inseguro. “Eu só acredito na hora que estiver dentro do País, na minha mão. Às vezes o colapso é: você tem dinheiro, mas não tem o produto.”

O ministro da Saúde traçou um cenário de extrema dificuldade para aquisição de insumos básicos de proteção e recomendou à população que pare de comprar máscaras descartáveis e faça a sua própria peça de proteção, com pano e elástico. “Hoje, nós estamos muito preocupados com a regularização de estoque desses equipamentos”, disse Mandetta.

Como o Estado mostrou, representantes da indústria dizem já ter alertado o governo federal a apresentar logo a sua proposta ao mercado -- senão, pode ficar para trás na corrida global por produtos contra a pandemia.

A indústria brasileira tem tentado aproveitar a queda de casos na China para importar de lá produtos hospitalares. “Claro que vamos disputar isso com Europa, EUA e outros países", disse ao Estado o presidente da Associação Brasileira da Indústria de Artigos e Equipamentos Médicos, Odontológicos, Hospitalares e de Laboratórios (Abimo), Franco Pallamolla.

Respiradores

O governo fechou a compra de 15 mil respiradores do tipo “pulmonar microprocessado com capacidade de ventilar pacientes adultos e pediátricos”. A compra custou R$ 1,014 bilhão e a fornecedora é a “Santos-Produtos do Brasil (Macau) Companhia de Investimento e de Comércio LDA”, segundo a publicação no Diário Oficial da União (DOU) desta quinta-feira, 2.

Escassez

O Ministério da Saúde reconheceu em nota que “há uma demanda mundial por conta da pandemia, o que tem trazido escassez e dificuldades na produção e entrega desses insumos no cenário internacional, mesmo após a celebração de contratos”.

A pasta informou que tem “lançado alternativas para permitir o maior número de participantes e ofertas de quantidades possíveis dos fornecedores”, como o fracionamento de aquisições, e ressaltou que os valores praticados no mercado estão acima do normal. O governo tem procurado fornecedores nacionais e internacionais.

“O Ministério da Saúde tem analisado todas as possibilidades de compra e os processos acontecem com ampla divulgação. Vence quem apresentar o menor preço, conforme a legislação, de forma transparente e proba. Até o momento, foram distribuídos 40 milhões de itens a estados e municípios”, comunicou a pasta.

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