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Saúde

Ministro Ernesto Araújo nega divergências políticas com a China

"Temos relação madura, construtiva, muito correta, tranquila com a China", disse Araújo ao participar de uma reunião fechada com deputados, por videoconferência.

O ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, descartou nesta quarta-feira, 20, que divergências políticas com a China sejam o motivo do atraso na entrega de insumos para produção de vacinas contra a covid-19 no Brasil. O Instituto Butantan e a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) ainda aguardam a chegada de matéria-prima do país asiático para iniciar a produção dos imunizantes no País.

"Temos relação madura, construtiva, muito correta, tranquila com a China", disse Araújo ao participar de uma reunião fechada com deputados, por videoconferência. "Não é um assunto político. É assunto de demanda por um produto", completou ele.

O chanceler ainda afirmou que a importação da Índia de 2 milhões de doses prontas da vacina produzida pela Universidade Oxford e o laboratório AstraZeneca está "bem encaminhada''. O governo brasileiro chegou a preparar um avião na semana passada para buscar o imunizante, mas o país asiático negou a liberação imediata. Araújo não apontou data para nenhuma das importações.

O ministro disse que desde dezembro o governo federal conversa com a China para liberar o insumo de produção. A Fiocruz deve fabricar doses no País da vacina de Oxford/AstraZeneca, já o Butantan é responsável pela Coronavac. "Outros países que precisam de IFA (insumo farmacêutico ativo) da China estão basicamente na mesma situação. Inclusive países europeus. Acho que estamos bem colocados nessa situação. Claro que queríamos já ter aqui os insumos. Todo o processo está avançando", disse o ministro.

Falta de vacinas

O Brasil iniciou no último domingo, 17, as vacinações de grupos prioritários, mas conta nesta primeira etapa com apenas seis milhões de doses da Coronavac, importadas da China. Sem os insumos necessários, a campanha de vacinação corre o risco de ser paralisada. Outros 2 milhões de doses do imunizante de Oxford/AstraZeneca, vindos da Índia, são aguardados, mas sem data para chegar.

O diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas, que também participou da reunião com deputados, disse que a ideia é até abril entregar 46 milhões de doses no País. Ele reconheceu que já há atraso de dez dias para entrega de insumos para fabricação, mas disse esperar que o produto chegue ainda neste mês.

Covas ainda alertou que a indefinição do Ministério da Saúde sobre a compra de outras 56 milhões de doses pode fazer o País ficar sem insumos para a fabricação deste lote, que deve ser entregue a partir de abril. O contrato firmado com o Butantan prevê a opção do governo em adquirir a quantidade, mas não é obrigatório.

O vice-presidente de Produção e Inovação em Saúde da Fiocruz, Marco Krieger, por sua vez, disse aos deputados que as doses prontas da Índia estão embaladas para entrega ao Brasil, mas não deu data para a entrega. "Existiam algumas condicionantes, como o início da campanha de vacinação na Índia e compromissos que haviam sido assumidos com países vizinhos, que estavam sendo priorizados", disse Krieger aos deputados.

Mais cedo, em declaração à imprensa, o vice-presidente Hamilton Mourão afirmou haver um "movimento positivo" para que avancem as tratativas com o governo da China .

"De acordo com os dados que eu sei, há um movimento, vamos dizer assim, não vou falar de simpatia, mas um movimento positivo para que as conversações avancem", afirmou. Para Mourão, há uma corrida pela vacina e, por isso, o governo precisa utilizar "as armas da diplomacia".

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