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Sumaré - São Paulo

Lama destruiu pousada e funcionários desapareceram em Brumadinho

Em relação aos hóspedes, não havia nenhuma informação, nem mesmo nomes.

Cristina, Crioula, Jussara, Laís, Robinho, Camila, Heitor, Pâmela, Reinaldo. Esses nomes estão no centro de comentários e preocupações dos moradores de Córrego do Feijão, localidade mais atingida pelo rompimento da barragem da Vale em Brumadinho. Todos trabalhavam na Pousada Fazenda Nova Estância e estão desaparecidos desde que a enxurrada de lama a varreu do local. Neste domingo, 27, o ambiente era de consternação com o desaparecimento dos amigos, muito conhecidos e queridos no lugarejo. Em relação aos hóspedes, não havia nenhuma informação - nem mesmo nomes.

“Não era horário em que a pousada estivesse cheia”, informou Núbia Maia, que já trabalhou na pousada. Ela explicou que a hora em que chegou a enxurrada de lama era a mesma em que a maioria dos hóspedes está fora, em passeios, ou fazendo seu check-in ou check-out. Assim , é possível que muita gente não estivesse lá quando ocorreu a tragédia.

Não há mais nada no lugar da pousada, a não ser lama e restos de árvores destruídas. Por causa do lamaçal, só foi possível chegar a cerca de mil metros do ponto onde ficava a sede da Nova Estância. O cenário de destruição contrasta com imagens do local anteriores à tragédia, disponíveis na internet. São fotos da piscina, do lago, das suítes, do restaurante, de lojas. O site da fazenda informa que havia 15 quartos, com ar condicionado. Também oferecia aos hóspedes assistência para excursões e ingressos. Era comum que hóspedes a usassem como base para visitar o museu de Inhotim.

Nas imediações, a aparência é de cidade-fantasma. Mesmo casas que não foram atingidas pela lama estão vazias. Animais - cães, cavalos, galinhas - estão soltos. Funcionários da Cemig trabalhavam para restabelecer uma linha de transmissão de energia derrubada pela torrente de rejeitos.

Paloma, de 22 anos, trabalhava na Pousada Nova Estância, que foi arrastada pela lama. Ela é uma das sobreviventes da tragédia e está internada no Hospital João XXIII, em Belo Horizonte. Foi lá, no leito da unidade, que a menina recebeu a notícia que o marido, Robson Maximo, é um dos mortos. O rapaz também era funcionário da pousada A notícia foi dada por uma assistente social. “Ficou arrasada, mas manteve a calma. Talvez por conta dos remédios”, contou Doriedson Gomes, amigo do casal. O filho de Paloma, de 1 ano e sete meses, está desaparecido.

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