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Colunista Brunno Suênio
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Polícia Civil deflagra operação contra servidores do Detran-PI e empresários

Ao todo, foram expedidos 21 mandados de prisão temporária e 34 mandados de busca e apreensão.

A Polícia Civil do Piauí, através do 13º Distrito Policial, com o apoio de delegacias especializadas, juntamente com a Polícia Civil do Maranhão, deflagrou nas primeiras horas da manhã desta quinta-feira (30), a Operação “Hidra de Lerna” com o objetivo de cumprir 21 mandados de prisão temporária e 34 mandados de busca e apreensão, no bojo das investigações que apuram a atuação de uma organização criminosa em um complexo esquema de aquisição de veículos com a utilização de notas fiscais frias. 

Dentre os alvos estão funcionários do Departamento de Trânsito do Piauí, entres servidores efetivos e terceirizados, além de empresários e também agentes públicos, que tinham como objetivo confeccionar documentos de transferência e de licenciamento anual (DUT e CRLV) sem a presença dos veículos para, assim, possibilitar acesso a empréstimos, consórcio de veículos que sequer existiam, causando um prejuízo de cerca de 12 milhões de reais contra agentes financeiros e reais proprietários de veículos.

As investigações tiveram início em março do ano de 2021, quando a Procuradoria Jurídica do DETRAN-PI encaminhou informações ao 13º Distrito Policial, acerca da apuração de uma suposta fraude na confecção de documentos de primeiro emplacamento (DUT e CRLV), que tinha como suspeita uma despachante, fato este que ensejou a abertura de inquérito policial.

Em entrevista à Polícia Civil, a despachante investigada afirmou que a organização criminosa atuava com a finalidade de realizar o emplacamento de carros com notas fiscais frias, utilizando como empresa expedidora das notas a R.S COMERCIO E LOCACAO DE VEICULOS EIRELI, de nome fantasia - TAROKI MOTORS, com sede em Brasília-DF.

Em posse das notas fiscais apresentadas por ela, os policiais verificaram a inserção de dados falsos nos documentos, como a logomarca da MITSUBISHI MOTORS e o CNPJ: 54.305.743/0022-23, pertencente a HPE AUTOMOTORES DO BRASIL LTDA, em sobreposição ao verdadeiro CNPJ de número 37.826.038/0001-28, com a finalidade de validar tal documento junto ao DETRAN-PI.

Veículos sequer existiam

Um dos pontos mais intrigantes da investigação ficou evidenciado quando a Polícia Civil descobriu, com o apoio logístico de funcionários idôneos do DETRAN-PI, que os supostos veículos que receberiam o primeiro emplacamento sequer existiam.

Com essa informação, os policiais conseguiram identificar que o decalque do chassi era produzido fora da estrutura do DETRAN e, em seguida, era anexado por demais membros da organização criminosa, que recebiam o processo e seguiam normalmente adiante nos setores de vistoria, atendimento e conferência do DETRAN.

Assim, com toda a documentação pronta, sem a apresentação do veículo, os membros se dirigiam para a confecção das placas de identificação dos carros e concluíam a fraude.

Prejuízo pode chegar a R$ 130 milhões no Piauí

A investigação apontou que apesar de terem sido identificados 37 veículos frutos desse golpe, a estimativa é que entre 100 a 300 veículos foram emplacados dessa forma causando prejuízo estimado de até R$ 130 milhões somente no estado do Piauí e de R$ 1 bilhão no Brasil inteiro, com exceção de dois estados.

*** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do GP1

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