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Colunista Feitosa Costa
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Wellington quer Prefeitura para viabilizar sua volta para o Karnak


Ex-vereador de Teresina, deputado estadual, federal e governador por sete anos, o senador Wellington Dias inaugurou no final da tarde desta quinta-feira ( 22 ) um dos mais pomposos e ostensivos estilos de "mandar recado"  para adversários de que se tem notícia na história de escaramuças dos políticos piauienses.

O " sai-da-frente-que-estou-voltando" patrocinado por Dias não tem precedentes: ao vivo pela TV Meio Norte, ocupando espaço num horário improvavel que só as pessoas muito poderosas são capazes de conseguir, Wellington foi entrevistado a partir de seu escritório pelo bom repórter Ricardo Moura Fé, executando detalhadamente uma estrategia que começou pela enumeração de obras que considera importantes no seu período como governador, defesa e pedido de votos para a tese de candidatura própria dentro do PT e finalizou fazendo colocações que sugerem, sim, que pode disputar uma candidatura de prefeito de olho na sucessão do governador Wilson Martins.

Wellington Dias sequer se preocupou com o fato de que sua espetacular aparição vespertina na TV Meio Norte possa ser interpretada pela Justiça Eleitoral como propaganda extemporanea, mas certamente avaliou essa possibilidade e concluiu que uma eventual punição não lhe tirará grandes pedaços do grande naco que pretende arrebatar da situação caso seu plano se concretize.

O ex-governador petista sabe muito bem que sua entrada na disputa pela Prefeitura de Teresina altera substancialmente o quadro e mete medo em alguns setores. Para viabilizar a sua candidatura aposta numa vitória da tese de candidatura própria que será colocada em confronto com a proposta de aliança com o PTB, uma espécie de marido traido disposto a dar mais uma chance à mulher esperta.
Imagem: DivulgaçãoWellington Dias(Imagem:Divulgação)Wellington Dias
Vencida a tese de candidatura própria, para a qual ele convocou os petistas utilizando o generoso espaço da TV, aí sim engrossará o cangote porque terá bala na agulha para disparar certeiramente na direção de uma ampla aliança com partidos fortes com os quais sonha para pavimentar, desde agora, o seu caminho de volta para o Palácio de Kanak.

Wellington Dias teria argumentos para convencer setores do PMDB que lhe são simpáticos, por exemplo, a defenderem uma tese de aliança com ele dentro do partido. "E o que o PMDB ganharia?", perguntariam rapidamente aqueles que raciocinam a política apenas com olhares superficiais. Para começar, no caso de eleição do petista, ganharia uma vaga de senador da República, que seria ocupada pelo advogado José Ribamar Noleto de Santana,  segundo suplente de Wellington. A primeira suplente, Regina Sousa, fiel escudeira do ex-governador, com certeza não criaria problemas e ficaria numa forte secretaria municipal auxiliando o amigo.

Por fim, o prato mais bem elaborado: a própria Prefeitura de Teresina, que seria servido ao PMDB através de uma renúncia de Wellington em beneficio de um vice peemedebista de quem, ao contrário da única e nada política solicitação de Silvio Mendes para que Elmano Ferrer apenas tratasse bem Teresina, exigiria, para deixar a Prefeitura,  compromisso expresso e reiterado através de entrevistas anteriores à sua renúncia, de apoiá-lo incondicionalmente com todo o seu partido na nova empreitada a que se dedicaria por "convocação do povo".

Faz tempo que o PT se especializou em tirar do páreo seus futuros adversários, muito antes da eleição principal.

*** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do GP1

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