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Colunista Feitosa Costa
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PT pagou para ver e passou por constrangimento das demissões contrariando história do partido


A direção do Partido dos Trabalhadores no Piauí pagou para ver e viu: Wilson Martins exonerou os principais secretários da agremiação nesta quinta-feira e ainda acrescentou ao seu ato um discurso que vai incomodar bastante. Ele disse que foi Wellington quem abandonou o projeto político de desenvolvimento do Estado, preferindo se aliar com João Vicente Claudino e Ciro Nogueira, que são adversários do Governo.
Imagem: Bárbara Rodrigues/GP1Wilson Martins(Imagem:Bárbara Rodrigues/GP1)Wilson Martins
Foi um constrangimento que poderia ter sido evitado a partir do momento em que Martins estabeleceu o prazo de 2 de janeiro para substituir os representantes dos partidos que não estavam engajados no seu projeto político. As condições de permanência do PT no Governo, com a candidatura de Wellington anunciada nas ruas, eram mínimas. É difícil exatamente saber o que a direção petista estava esperando.

Certo agiu o deputado estadual Merlong Solano, que se antecipou a Wilson e entregou a sua carta de demissão dois dias depois do Natal, nas mãos do secretário do gabinete institucional do Palácio de Karnak, José Luis Martins Maia, através de seu irmão, Mauricio Solano. Evitou no seu currículo o histórico de ter sido demitido de uma função tão nobre, embora que por motivos políticos.

Merlong foi inteligente. Os outros secretários, talvez por não terem um mandato de deputado, decidiram seguir a orientação partidária, mesmo que esta tenha sido na contramão do profissionalismo político.
Imagem: Bárbara Rodrigues/GP1Senador Wellington Dias(Imagem:Bárbara Rodrigues/GP1)Senador Wellington Dias
O PT teve tudo para aproveitar politicamente a situação. Wilson claramente mandava sinais de que a exoneração era irreversível. Então por que passar pelo constrangimento? O mais inteligente teria sido entregar uma pilha de cartas de demissão na ante-sala do governador e partir para o discurso da candidatura de Wellington Dias.

Prevaleceu a decisão menos profissional. As vozes que pregavam a entrega dos cargos imediatamente não foram ouvidas, embora mais sensatas. Agora fica a impressão de que o PT se agarrou a empregos até o último momento, contrariando o histórico de lutas do partido.

O brioso, guerreiro e transformador PT, não poderia ter elaborado esse capítulo para a história política do Piauí, que inegavelmente ajudou a construir.


*** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do GP1

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