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Reportagem de Veja: Austera e falante, professora Marina dispensava lousa


Imagem: Bernardo Marçal/GP1Marina Silva(Imagem:Bernardo Marçal/GP1)Marina Silva
O site da Veja publicou nesta terça-feira (16) reportagem sobre a atuação de Marina Silva como professora. A reportagem traz depoimentos de ex-alunos e dono de instituição particular onde Marina lecionava.

Confira abaixo reportagem na íntegra:

Austera e falante, professora Marina dispensava lousa

Imagem: Evaristo de Lucca/Arquivo pessoal/VEJARegistro profissional de Marina Silva como professora de História do Colégio Meta (AC)(Imagem:Evaristo de Lucca/Arquivo pessoal/VEJA)Registro profissional de Marina Silva como professora de História do Colégio Meta (AC)
A professora Marina Silva chegava sempre no horário. Não costumava usar a lousa, já que se garantia no gogó: tinha muita propriedade sobre o que falava, e falava e falava – não muito diferente de hoje em dia. “Dava uma aula cheia”, afirmou uma aluna. No look, marcas registradas como as saias compridas e colares já se faziam presentes. Também já era "magrinha" e cheia de ideais que inspiravam os estudantes. De 1985 para cá, talvez a principal diferença seja o salário da ex-professora de história e atual candidata à Presidência pelo PSB. Se antes ela ganhava cerca de 1 milhão de cruzeiros por mês (cerca de 1.080 reais, corrigidos pela inflação), atualmente, só com palestras, esta cifra saltou para 41.000 reais mensais nos últimos três anos.

A postura séria e comprometida como professora é o que marcou a ex-aluna do Colégio Meta e analista judiciária Mauricília Rodrigues. “Ela tinha muita segurança no que falava e transmitia o saber com muita tranquilidade”, afirmou ao site de VEJA. “Desde essa época ela já tinha o poder de convencimento. A presença dela em sala de aula aspirava a muito respeito”, disse.

O dono da instituição de ensino particular de Rio Branco (AC) em que Marina lecionou por apenas um ano, Evaristo de Lucca, diz que ela era uma docente exemplar. Ele já havia sido professor dela na Universidade Federal do Acre (Ufac), onde Marina se formou em história, e foi o primeiro empregador dela após a conclusão do curso. Ele conta que Marina o procurou porque tinha dois filhos e precisava trabalhar. “Marina era do tipo de professora que falava mais do que escrevia na lousa, porque tinha boa oratória e empolgava os alunos por aí”, definiu. No ano seguinte, 1986, Marina deixou o colégio Meta para se dedicar à vida política. “Quando ela me perguntou o que achava de sair da instituição, respondi que o futuro dela era promissor e que as portas estariam sempre abertas”, disse.
Imagem: Evaristo de Lucca/Arquivo pessoal/VEJAClique para ampliarEvaristo de Lucca, dono do colégio em que Marina lecionou, em comício ao lado da candidata e do ex-presidente Lula(Imagem:Evaristo de Lucca/Arquivo pessoal/VEJA)Evaristo de Lucca, dono do colégio em que Marina lecionou, em comício ao lado da candidata e do ex-presidente Lula

A médica e também ex-aluna Sirleide Uchoa disse que se identificava com Marina porque sempre gostou de história. Segundo ela, Marina era uma excelente professora, "competente, segura e preparada". “A grande lição que ela deixou foi a história de humildade e superação. Já sabíamos que ela era uma pessoa vinda da floresta, batalhadora. Nós, como alunos, já víamos nela a figura de uma vencedora”, complementou Mauricília.

A chance de ter tido como professora uma possível futura presidente do Brasil emociona as ex-alunas. “Eu fico lisonjeada e muito orgulhosa. O Acre é uma terra que só agora está aparecendo na mídia. Lá não tem só onça, e índio não”, exaltou Sirleide. “É um misto de orgulho e alegria”, disse Mauricília. “Foi a mão da providência divina que fez ela passar de coadjuvante a protagonista do cenário eleitoral. A vida dela deu uma volta muito grande de uma forma que ninguém esperava”, complementou.

*** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do GP1

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