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*HELDER CALDEIRA

Imagem: DivulgaçãoHelder Caldeira(Imagem:Divulgação)Helder Caldeira
Faltando apenas cem dias para as eleições que irão definir a sucessão de Luiz Inácio Lula da Silva na Presidência da República, Dilma Rousseff do PT e José Serra do PSDB consolidaram-se como os principais nomes da disputa. Mas isso já era previsto no calendário político nacional. Como estão tecnicamente empatados em todas as pesquisas de intenção de votos, fato inédito em nossa história recente, alguns detalhes que antes sempre foram mitos eleitorais, passaram a ter especial destaque nesse acirrado pleito. O mais importante deles é a escolha dos nomes que irão compor as chapas concorrendo à vaga de Vice-Presidente da República.

O PT fez a sua escolha, fechando aliança com o PMDB e recebendo o atual Presidente da Câmara dos Deputados, Michel Temer, como candidato de chapa. O terceiro elemento da disputa, a candidata do PV, senadora Marina Silva, nomeou o mega empresário Guilherme Leal, dono da Natura, para a função. Já o PSDB vive um duro dilema. Na ânsia de bancar uma candidatura “puro sangue”, perdeu muito tempo apostando que José Serra teria como seu candidato à vice o ex-governador de Minas Gerais Aécio Neves. Este declinou e chancelou seu nome na disputa por uma vaga no Senado Federal. Podem até dizer que não, mas a recusa de Aécio, em meio ao vertiginoso crescimento de Dilma Rousseff nas pesquisas, estão maculando a candidatura Serra e colocando-a, cada vez mais, em xeque. E nesse momento, estar em xeque é um risco grande demais para se correr deliberadamente.

Com esse cenário posto, os partidos políticos que pretendem firmar uma aliança com o PSDB estão correndo atrás de seus melhores currículos para apresentar opções ao candidato tucano e muitas são as possibilidades desenhadas nesse tabuleiro. O próprio PSDB cogita o nome do senador paranaense Álvaro Dias. O PTB consagrou a indicação do ex-deputado federal baiano Benito Gama. O DEM, histórico aliado tucano, está fazendo uma ofensiva para garantir um nome ligado à legenda na composição e tenda viabilizar os nomes o deputado federal baiano José Carlos Aleluia ou a política paraense Valéria Pires. Mas nenhum desses nomes causaria um impacto real na candidatura de José Serra à Presidência, principalmente no que tange ao incremento nos percentuais das pesquisas.

No entanto, um grande trunfo descortinou-se na última semana. O valente PSC, Partido Social Cristão, reuniu-se e sagrou o nome do contundente senador piauiense Mão Santa como forte candidato à vaga de Vice-Presidente na disputa eleitoral. Apesar de pouca expressão nas urnas, o PSC vem crescendo nos últimos pleitos e pode ter apresentado um nome imbatível em um cenário tão duvidoso. O “peixinho”, símbolo da sigla, pode ter iniciado uma brava jornada rumo a mares nunca navegados pela legenda.

O nome do senador Mão Santa é forte. Além das décadas de experiência na vida pública, seja no Poder Executivo, seja no Poder Legislativo, o piauiense pode garantir ao elitizado tucanato uma possibilidade de alcançar um eleitorado que eles não conseguem atingir. Por ser do Nordeste, onde Serra está mal, o peso é ainda maior. Ademais, Mão Santa goza hoje de projeção e respeito nacionais e sua exposição diária na TV, ocupando a Presidência do Senado Federal como Terceiro Secretário, garantem estofo político e eleitoral ao senador do Piauí. Se considerarmos o carisma, a autenticidade e a fortaleza de suas opiniões, Mão Santa é, hoje, o nome mais forte dentre os virtuais candidatos à Vice-Presidente na chapa de José Serra.

É unânime a análise de que em nenhuma das eleições realizadas no Brasil desde 1989 o anúncio de quem seriam os vices alterou a intenção de voto dos eleitores. Mas a atual situação política é outra. Já em 2002, quando Lula anunciou o empresário mineiro José Alencar, criou um fato positivo em sua campanha, dando equilíbrio à imagem da chapa, mas não viu alteradas suas projeções de voto. Em 2010 o buraco é mais embaixo. O vice de Dilma é inexpressivo e, muitas vezes, até rejeitado. Nomear o senador Mão Santa como vice de Serra pode ser mais que um trunfo: tende a ser o divisor de águas entre mais uma derrota e uma vitória consagradora. Isso sem falar que ter um Vice-Presidente da República vindo do nosso belo estado do Piauí seria um presente simbólico e histórico ao povo brasileiro.

*HELDER CALDEIRA é Articulista Político, Palestrante e Conferencista
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*** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do GP1

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