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*Júlio César Cardoso
Imagem: GP1Júlio César Cardoso(Imagem:GP1)Júlio César Cardoso
Aqui está um quadro do Brasil real, onde a diferença de tratamento entre cidadãos, que fere o Art. 5º da Constituição Federal, revolta a todos os contribuintes cidadãos brasileiros. Enquanto o ex-presidente Lula tem todo o conforto de tratamento VIP, no Hospital Sírio Libanês, para curar o seu câncer, o pobre cidadão brasileiro, Telmo Oliveira dos Santos, 48 anos, pai de dois filhos, agoniza em leito de hospital do SUS em busca de uma operação de emergência há 40 dias, correndo o risco de ficar tetraplégico. Este é o Brasil sui generis que os povos estrangeiros não conhecem. Vejam a reportagem abaixo do Jornal Eletrônico Rondoniaovivo.

“Telmo Oliveira dos Santos, 48 anos, pai de dois filhos, trabalhador, autodidata e, segundo ele, considerado um dos melhores profissionais no Estado na sua área, como montador de estrutura metálica nível 10, contratado por uma empresa subcontratada, a Rondoposto, que presta serviço para a construtora Odebrecht, uma das empreiteiras que integram o Consórcio Santo Antônio Energia S.A. e que constrói a Usina de Santo Antônio.

Telmo, um homem convalescendo no leito de hospital Day Clin Panamericano, em Porto Velho, cujas despesas são mantidas pelo SUS (Sistema Único de Saúde) e que necessita de uma operação urgente para o implante de anéis na sua coluna vertebral, que vão ajudá-lo amenizar sua dor e acabar com uma série de problemas que estão massacrando seu corpo.
Ao falar de seu drama ele se agita, explica e fica inquieto na cama, mas com um misto de tristeza e revolta detalha sua via crucis, aguardando uma resposta imediata e positiva para o seu problema.

DIAGNÓSTICO E DORES

Ele chegou na capital no dia 29 de setembro, onde ficou internado por seis dias no Hospital João Paulo II, quando por falta de espaço foi reconduzido ao Day Clin, um hospital da rede Panamericano, só que atende pelo SUS. Desde então, à base de medicamentos muito forte, ele vem aguardando pacientemente a operação.
Imagem: ReproduçãoEx-presidente Lula rodeado por médicos(Imagem:Reprodução)Ex-presidente Lula rodeado por médicos
“Não tenho nenhuma queixa com o hospital, pois eu sou muito bem tratado e assistido. Mas é essa agonia da espera, as dores, eu não agüento mais”, disse resignado.

ACIDENTES DE TRABALHO

Ele registra pelo menos três acidentes de trabalhos na época em que trabalhava como prestador de serviço para a Rondoposto, onde exercia a sua função com carteira assinada – consta no livro de registro de empregado da empresa que ele foi contrato no dia 1º fevereiro de 2010, com a função de “soldador”, com salário registrado em R$ 512,00.

Porém ele alega que a sua função foi mais extensiva e que por conta da mão de obra desempenhada no canteiro seus provimentos nos três meses em que trabalhou foram nos valores de: R$ 1.000, 00, R$ 1.500,00 e R$ 3.000,00, até o momento em que não pode mais ir trabalhar por conta das lesões sofridas.

No primeiro acidente ele conta que houve uma falta de sincronia com um colega no canteiro de obras em um trabalho que fazia, quando recebeu uma pancada nas costas. “Rasgou aqui dentro que eu senti queimando”, disse passando uma das mãos na costa.

Em outro acidente Telmo estava utilizando um cinto de serviço para parafusar um telhado quando ficou preso a um cabo que era puxado por um caminhão, comprimindo sua coluna causando outra lesão. “Fiquei preso no cinto e gritando. Até que um segurança viu e gritou para o caminhão parar, mas aí eu me arruinei de novo”, relatou.

Conta ele ainda que no outro dia, logo após esse acidente, ele teve que voltar ao mesmo serviço de parafusar telhas, tendo que suportar as dores na coluna. Chegou a cortar o braço direito, onde pegou quatro pontos. Porém Telmo disse que quando acabou o serviço de parafusar, não agüentando mais de tanta dor partiu de volta para sua casa, em Ji-Paraná, e não voltou mais, pois estava sem condições de saúde.

Nesse período ele teve que ser internado em um hospital de Ji-Paraná e passar por uma bateria de exames que diagnosticaram seu problema e que o deixou sem condições nenhuma de trabalhar na função que exercia.

Telmo disse que foi procurado por um encarregado da Rondoposto que queria a sua volta ao canteiro de obras, mas ele alegou que não tinha condições. Foi quando ele pediu então um ajustamento no seu salário e que reativasse a sua carteira de trabalho para conseguir se aposentar, porém Telmo disse que não obteve nenhuma resposta da empresa.

Hoje a condição de saúde do ex-operário é preocupante e ele espera que providências sejam logo tomadas para que a sua operação ocorra. Ele já contou com o parecer de diversos médicos que passaram pelo quarto onde está internado, porém como está sendo assistido pelo SUS, ele se desespera quando enxergar a possibilidade de não poder andar mais e ficar totalmente dependente das pessoas em sua volta.

“Sabe, eu tenho muito o que fazer, trabalhar. Preciso manter minha família, eu sou um trabalhador moço, eu não posso ter uma vida vegetativa. Tenho meus filhos, minha esposa, não quero ficar paralítico”, disse emocionado.

Telmo espera a sensibilidade das autoridades competentes para que ele não espere mais.
Pessoas que queiram ajudá-lo, oferecendo orientação ou conhecer o seu drama, podem entrar em contato pelos telefones: 8429-9396, 9292-7835 ou 9934-0481, falar com o próprio Telmo ou a sua esposa, Dona Rosangela Souza Oliveira.”

*Júlio César Cardoso é bacharel em Direito e servidor federal aposentado

*** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do GP1

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