O Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) decidiu reabrir o processo envolvendo o atacante Bruno Henrique, do Flamengo, indiciado pela Polícia Federal (PF) por estelionato e fraude em competição esportiva. A medida foi determinada pelo presidente do STJD, Luís Otávio Veríssimo Teixeira, após o recebimento do inquérito policial que aponta o envolvimento do atleta em um suposto esquema de manipulação de resultados.
O vice-presidente do STJD, Maxwell Borges de Moura Vieira, foi designado como auditor processante do caso e terá o prazo inicial de 15 dias para apresentar um relatório sobre as investigações. Esse período poderá ser prorrogado por mais 15 dias, caso necessário. Após a entrega do relatório, o tribunal decidirá se Bruno Henrique será formalmente denunciado.

Em 2024, o caso havia sido arquivado pelo próprio STJD, que considerou irrelevante o suposto lucro obtido com apostas, tendo em vista o alto salário do jogador. Além disso, na época, o tribunal apontou a ausência de provas que conectassem diretamente os atletas aos apostadores. Com as novas evidências levantadas pela PF, o caso volta à pauta.
Bruno Henrique continua atuando normalmente pelo Flamengo. Desde o indiciamento, em 14 de abril, o atacante participou de seis partidas — sendo quatro como titular e duas saindo do banco de reservas.
O caso
A Polícia Federal indiciou Bruno Henrique e outras 10 pessoas por envolvimento em um esquema de manipulação de resultados no futebol brasileiro. A investigação aponta que o jogador teria concordado em receber um cartão amarelo de forma proposital durante a partida entre Flamengo e Santos, válida pelo Campeonato Brasileiro de 2023, como parte de uma aposta esportiva.
Segundo a PF, a principal prova contra o atleta foi encontrada no celular de seu irmão, Wander Nunes Pinto Júnior. Mensagens trocadas por aplicativo indicariam o conhecimento e a participação ativa de Bruno Henrique no esquema. Os investigadores analisaram 3.989 mensagens do WhatsApp do próprio jogador, embora muitas delas estivessem apagadas ou vazias, o que levanta a suspeita de que o atacante teria deletado conversas importantes.
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