Diálogos entre Bruno Henrique, atacante do Flamengo, e seu irmão, Wander Nunes Pinto, revelam que o jogador tinha plena convicção de que receberia um cartão amarelo na partida contra o Santos, válida pelo Campeonato Brasileiro de 2023. A informação consta em relatório da Polícia Federal (PF), que investiga um esquema de manipulação de apostas.
As mensagens foram enviadas no dia 29 de agosto. Em uma delas, Bruno Henrique teria dito ao irmão que o cartão aconteceria durante o jogo contra o Santos.

Segundo o documento, apostadores ligados a Wander também demonstravam confiança na aplicação do cartão, o que reforça os indícios de que a infração teria sido premeditada. “A defesa de Bruno Henrique chegou a argumentar, na esfera desportiva, que chamaria atenção a frieza necessária para o atleta esperar os acréscimos do segundo tempo a fim de cometer a infração, correndo o risco de o jogo acabar antes da ação. No entanto, mensagens trocadas antes da partida entre Bruno Henrique e Wander apontam uma 'certeza' quanto ao cartão, o que é reforçado pelas apostas feitas por familiares e amigos do irmão”, aponta o relatório da PF.
Entenda o caso
Bruno Henrique foi indiciado na segunda-feira (14) pela Polícia Federal como parte de uma investigação que apura a manipulação de eventos em partidas de futebol para beneficiar apostadores.
Segundo as autoridades, o jogador teria provocado deliberadamente um cartão amarelo durante a partida contra o Santos, em novembro de 2023, com o objetivo de favorecer familiares que apostaram especificamente nesse evento. Outras nove pessoas também foram indiciadas no caso.
Em nota, o Flamengo se disse comprometido com o fair play no futebol, mas declarou que pretende apoiar o jogador até que ele seja condenado.
“O Flamengo não foi comunicado oficialmente por qualquer autoridade pública acerca dos fatos que vêm sendo noticiados pela imprensa sobre o atleta Bruno Henrique.
O Clube tem compromisso com o cumprimento das regras de fair play desportivo, mas defende, por igual, a aplicação do princípio constitucional da presunção de inocência e o devido processo legal, com ênfase no contraditório e na ampla defesa, valores que sustentam o estado democrático de direito.”
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