O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), foi informado pela Meta, na última quarta-feira (18), que a conta do Instagram investigada no caso Mauro Cid (@gabrielar702) foi criada, em 19 de janeiro de 2024, com um e-mail que continha o nome do próprio tenente-coronel. O documento só se tornou público por decisão de Moraes nesta segunda-feira (23).
Além do nome de Cid no e-mail, o número de celular pertencente à esposa do tenente-coronel, Gabriela, também consta no cadastro da conta. De acordo com os dados fornecidos pelo Google, o e-mail — criado em 2005 — apresenta como data de nascimento a mesma do militar: 17 de maio de 1979.

Mauro Cid nega
Cid, em depoimento no STF, foi questionado pelo advogado Celso Vilardi, que defende Jair Bolsonaro (PL), sobre o uso da conta do Instagram para discutir sua colaboração premiada. O tenente-coronel negou.
Sobre o perfil, Cid disse conhecer apenas o nome “Gabriela” por ser o mesmo de sua esposa, mas afirmou que não sabia se a conta seria, de fato, dela.
Mensagens de Cid
Os advogados do militar negaram a autoria das mensagens e solicitaram a apuração da origem do perfil, o que levou o ministro Alexandre de Moraes a pedir à Meta os dados da conta.
O advogado que representa o coronel Marcelo Câmara, Eduardo Kuntz, informou que manteve conversas com Cid e apresentou as mensagens trocadas ao STF. Os registros enviados pela Meta confirmaram diálogos com o perfil “gabrielar702”, não apenas com Kuntz, mas também com Paulo Amador Cunha Bueno, advogado que integra a defesa de Jair Bolsonaro.
Moraes determinou a prisão de Marcelo Câmara após a divulgação dos áudios, pois, segundo o ministro, houve tentativa de obter informações que estavam sob sigilo no acordo de colaboração premiada por meio do seu advogado. Para apurar a possível prática de obstrução de investigação, foi aberto um inquérito.
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