O banco BTG Pactual projeta que o novo programa de crédito consignado para trabalhadores com carteira assinada pode impulsionar o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil em 2025 e 2026. Estudo da instituição divulgado neste mês aponta que a medida pode gerar impacto positivo de 0,2 ponto percentual no PIB de 2025 e de 0,3 ponto em 2026. O crédito utiliza como garantia parte do saldo do FGTS ou a multa rescisória em caso de demissão.
Apesar das projeções otimistas, o BTG também alerta para riscos que podem reduzir o impacto do consignado na economia. Entre os fatores estão a elevação da taxa Selic, que pode chegar a 15% ao ano até o fim de 2025, e o alto nível de endividamento das famílias. Outra preocupação é que parte dos recursos obtidos no novo crédito seja usada para consumo, o que pode aumentar a inflação.

O programa, lançado pelo Governo Federal em abril, permite que trabalhadores acessem empréstimos com taxas menores devido à garantia adicional. O contrato também acompanha o trabalhador em caso de mudança de emprego, o que diminui o risco para os bancos. O BTG estima que R$ 123 bilhões em crédito poderão ser renegociados ou migrados para essa nova modalidade, com potencial de aumentar o consumo e aliviar o endividamento.
A conta inclui R$ 65,4 bilhões em crédito pessoal, R$ 9,3 bilhões no cartão de crédito parcelado e R$ 48,5 bilhões em consignado antigo. Esses recursos poderão ser transferidos para o novo crédito, que tem juros mais baixos devido às garantias vinculadas ao FGTS. A expectativa é que o novo modelo reduza os custos com empréstimos para milhões de brasileiros que hoje enfrentam juros altos em outras modalidades.
Mesmo assim, o banco destaca que programas como o crédito consignado para CLT e a isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil por mês criam um viés positivo nas estimativas de crescimento da economia. Atualmente, a previsão do BTG é de alta de 1,5% no PIB em 2025 e de 1,4% em 2026, mas esses índices podem se aproximar de 2% ao ano com os novos estímulos anunciados pelo governo.
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