O mercado financeiro revisou para baixo a projeção da inflação para 2025, mas elevou as estimativas para a taxa básica de juros (Selic) e para o Produto Interno Bruto (PIB) deste ano. Os dados constam no Boletim Focus, divulgado nesta segunda-feira (23) pelo Banco Central, com base na análise de mais de 100 economistas consultados semanalmente.
Inflação
A expectativa de inflação para 2025 caiu levemente de 5,25% para 5,24%. Apesar da redução, a previsão continua acima do teto da meta, que é de 4,5% no próximo ano. A meta inflacionária estabelecida para 2025 é de 3%, com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual — ou seja, entre 1,5% e 4,5%.
Se o acumulado em 12 meses ultrapassar esse intervalo por seis meses consecutivos, a meta será considerada descumprida, conforme o novo regime de metas contínuas.
O IPCA, que mede a inflação oficial, acumula alta de 5,32% nos últimos 12 meses até maio, o que indica que o Brasil caminha para mais um ano acima da meta.
As projeções ficaram assim:
2025: de 5,25% para 5,24%;
2026: mantida em 4,50%;
2027: permanece em 4%;
2028: caiu de 3,85% para 3,83%.
Taxa de juros (Selic)
Após seis semanas de estabilidade, a projeção para a Selic subiu de 14,75% para 15% ao ano, refletindo a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom), que na última reunião elevou os juros para esse patamar.
As projeções para os anos seguintes permanecem as mesmas:
2026: 12,50% ao ano;
2027: 10,50% ao ano;
2028: 10% ao ano.
O mercado agora aguarda a divulgação da ata do Copom, prevista para as 8h desta terça-feira (24).
PIB
A projeção para o crescimento do PIB em 2025 subiu de 2,20% para 2,21%, alinhando-se à estimativa do Ministério da Fazenda, que prevê avanço de 2,4%. Já o Banco Central mantém previsão mais conservadora, de 1,9%.
Para 2026, a projeção também foi revista para cima, passando de 1,83% para 1,85%. As estimativas para 2027 e 2028 seguem inalteradas, ambas em 2%.
No primeiro trimestre deste ano, o PIB brasileiro cresceu 1,4%, impulsionado principalmente pelo setor agropecuário, segundo dados do IBGE.
Câmbio
O mercado reduziu ligeiramente as projeções para o dólar em 2025 e 2027, mantendo as demais inalteradas:
2025: de R$ 5,77 para R$ 5,72;
2026: mantido em R$ 5,80;
2027: de R$ 5,80 para R$ 5,75;
2028: permanece em R$ 5,80.
Balança comercial
As projeções para o saldo da balança comercial (diferença entre exportações e importações) seguem robustas, com superávit estimado em US$ 74 bilhões para 2025. As estimativas dos anos seguintes também se mantêm estáveis:
2026: US$ 78 bilhões;
2027: US$ 80 bilhões;
2028: US$ 80 bilhões.
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