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Eleições 2022

MDB oficializa Simone Tebet como candidata à presidência

PSDB e Cidadania também apoiam a emedebista, mas ainda não há acordo sobre nome do vice.

A senadora Simone Tebet (MDB-MS) foi escolhida nesta quarta-feira, 27, como candidata à Presidência da República. A convenção nacional do MDB referendou o nome da parlamentar para disputar o Palácio do Planalto. O evento aconteceu de forma remota e foi transmitido ao vivo pelas redes sociais. Apoiada pela federação formada entre PSDB e Cidadania, a parlamentar tenta se colocar como alternativa ao presidente Jair Bolsonaro (PL) e ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na corrida pelo Palácio do Planalto. A candidatura emedebista teve 262 votos favoráveis e nove votos contrários.

Mais cedo, a convenção do PSDB e do Cidadania, que formam uma federação, também aprovou o apoio à chapa presidencial do MDB. Os dois partidos vão indicar o candidato a vice-presidente, mas uma decisão ainda não foi tomada. Inicialmente o senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) estava cotado para completar a chapa, mas ele desistiu após impasses regionais entre tucanos e emedebistas. As legendas também avaliam indicar as senadoras Mara Gabrili (PSDB-SP) e Eliziane Gama (Cidadania-MA) para a candidatura a vice.

“Tenho convicção de que o Brasil nunca precisou tanto deste partido histórico, nunca precisou tanto da nossa voz, da nossa força, do nosso amor incondicional. Será o amor que vai destruir o ódio, o amor que vai unificar o Brasil, que vai fazer com que o país tenha, pela primeira vez na sua história, condições de garantir igualdade de oportunidade para todos os nossos irmãos e irmãs brasileiras. Democracia já democracia sempre”, declarou Tebet

A confirmação do nome de Tebet na disputa acontece após uma pressão de uma ala do MDB, que prefere apoiar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Esse grupo, que queria que a senadora desistisse de concorrer, tentou adiar a convenção e fazer com que ele acontecesse presencialmente, mas não teve sucesso. Há também no MDB, sobretudo no Sul, um grupo que está com o presidente Jair Bolsonaro (PL).

Um dos principais apoiadores de Lula dentro do MDB, o senador Renan Calheiros (AL) foi quem articulou uma ação na Justiça para adiar a convenção. No entanto, ele desistiu de contestar a candidatura de Tebet. O parlamentar disse que não iria recorrer da decisão do ministro Edson Fachin, presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que manteve a convenção nacional do partido. “Não vamos entrar com recurso porque não é uma obsessão da gente”, declarou. Um dia antes, o prefeito da cidade alagoana de Cacimbinhas, Hugo Wanderley Caju (MDB), havia entrado com um pedido no TSE para adiar a data da convenção.

O ex-ministro Carlos Marun, que assim como Tebet é do MDB do Mato Grosso do Sul, criticou as alas do partido que não apoiam a senadora. “Se não seguirem conosco não são bons companheiros. Se a democracia brasileira estabelece eleições em dois turnos, ela estabelece um caminho a ser seguido. O caminho deve sim passar pelo respeito à decisão partidária no primeiro turno”, disse.

É a quarta vez que o MDB concorre em uma eleição presidencial. Antes de Tebet, a legenda já lançou Ulysses Guimarães em 1989, Orestes Quércia em 1994 e Henrique Meirelles (hoje no União Brasil) em 2018.

Simone Tebet é filha do ex-presidente do Senado Ramez Tebet (MDB-MS) e começou a carreira política como deputada estadual. Também já foi prefeita de Três Lagoas (MS) e vice-governadora do Mato Grosso do Sul. Em 2019, foi a primeira mulher a comandar a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, colegiado mais importante da Casa Legislativa. Concorreu à presidência do Senado em fevereiro de 2021, mas perdeu para Rodrigo Pacheco (PSD-MG).

No MDB, os principais adversários internos de Simone são os senadores Renan Calheiros, Eduardo Braga (AM) e o ex-senador Eunício Oliveira (CE). Os três já definiram alianças locais com o PT e dizem abertamente que vão apoiar Lula para presidente. Os três parlamentares não participaram da convenção.

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