A 66ª Cúpula do Mercosul evidenciou o contraste entre as visões de futuro que Brasil e Argentina projetam para o bloco regional. Em discursos que evidenciam a tensão política, o presidente argentino, Javier Milei, classificou a atual estrutura do Mercosul como uma “camisa de ferro” que, segundo ele, sufoca o livre-comércio e limita a competitividade dos países membros.
Já o presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu com firmeza a integração regional como estratégia de proteção econômica e fortalecimento político diante das tensões comerciais globais. Na cerimônia de abertura, Milei condicionou a permanência da Argentina ao que chamou de “flexibilização substancial” das regras comerciais. O líder argentino argumentou que é necessário transformar o Mercosul em uma plataforma de livre-comércio com menos normas e menor institucionalidade.

Lula, por outro lado, reiterou que a presidência temporária do Brasil buscará ampliar a agenda do bloco, incluindo temas como meio ambiente, inclusão digital e políticas sociais. Para o presidente brasileiro, o Mercosul deve ser uma “resposta coletiva” à guerra tarifária que os Estados Unidos impõem sobre diversos parceiros comerciais.
No encontro, os países chegaram a aprovar um acordo de livre-comércio com o bloco europeu Efta, formado por Suíça, Noruega, Islândia e Liechtenstein.
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