Fechar
GP1

Internacional

Papa adota 1ª medida para lidar com abusos sexuais cometidos por membros da Igreja

Leão XIV, eleito há dois meses, trocou liderança da Comissão para Proteção de Menores.

Neste sábado (5), o Papa Leão XIV nomeou um arcebispo francês como novo líder da comissão do Vaticano sobre abuso sexual por parte do clero. Essa é a primeira ação pública do pontífice americano.

A Comissão para a Proteção de Menores, criada pelo Papa Francisco em 2014, agora será presidida por Thibault Verny, de 59 anos, que continuará exercendo também a função de arcebispo de Chambery, no sudeste da França.

Foto: Reprodução/VaticanoPapa Leão XIV
Papa Leão XIV

Os escândalos envolvendo a Igreja prejudicaram sua reputação, resultaram em processos judiciais que custaram milhões e levaram à renúncia de vários bispos.

Verny se comprometeu a melhorar as medidas de proteção da Igreja. "Promoveremos a partilha equitativa de recursos para que todas as partes da Igreja, independentemente da geografia ou circunstância, possam manter os mais altos padrões de proteção", afirmou em um comunicado.

O cardeal Sean O'Malley, ex-arcebispo de Boston, foi substituído por Verny. O'Malley, de 81 anos, continuava no cargo mesmo após a idade tradicional de aposentadoria da Igreja para bispos, que é 80. O americano liderava o grupo desde sua criação.

Apesar dos elogios de algumas vítimas, a comissão foi abalada por várias demissões ao longo dos anos.

Verny, que também liderou os esforços de proteção da Igreja francesa, foi nomeado membro da comissão por Francisco em 2022.

Após a decisão deste sábado, O'Malley elogiou a nomeação, afirmando em um comunicado que Verny é "um líder colaborativo, comprometido com o avanço da adoção global de proteção e salvaguarda, para garantir da melhor forma possível a segurança daqueles que estão sob os cuidados da Igreja em todo o mundo".

A Rede de Sobreviventes de Abusos por Padres (Snap, na sigla em inglês) declarou, no início de maio — logo após a eleição —, que via a escolha de Leão XIV com "grande preocupação", diante do que considera um histórico ruim do religioso ao lidar com casos de abuso sexual na Igreja.

O pontífice é criticado por acolher um padre acusado de crime sexual contra crianças nos Estados Unidos e por falhas na condução de denúncias recebidas quando atuava no Peru.

A associação afirma que, quando ele chefiava a organização dos agostinianos em Chicago, o agora papa permitiu que o padre James Ray morasse no convento St. John Stone, em 2000, apesar de o religioso estar sob restrições ministeriais desde 1991.

Mais conteúdo sobre:

Ver todos os comentários   | 0 |

Facebook
 
© 2007-2025 GP1 - Todos os direitos reservados.
É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita do GP1.