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Economia e Negócios

CNI prevê retração de 3,9% na produção industrial este ano

Em cenário mais pessimista, confederação estima que recuo pode chegar 7%, a depender do sucesso das medidas econômicas para reduzir os impactos da crise provocada pela pandemia.

A Confederação Nacional da Indústria (CNI) projeta um recuo de 3,9% no Produto Interno Bruto (PIB) industrial este ano. A previsão anterior era de alta de 2,8%. Diante das incertezas com a crise provocada pela pandemia do novo coronavírus, a confederação traçou três cenários. Na previsão mais pessimista, a queda na produção da indústria será de 7%. No mais provável, a estimativa de recuo de 3,9% e, no mais otimista, de 1,8%.

A projeção para a atividade econômica do País agora é de retração 4,2% em 2020, podendo chegar a 7,3% no pior dos cenários.

A entidade reviu sua última projeção, divulgada no fim do ano passado, que era de crescimento de 2,5% no PIB deste ano. Agora, no mais provável dos três cenários traçados, a retração fica nos 4,2%; no pessimista, a economia encolhe 7,3%; e no otimista, o PIB cai 0,9% em 2020.

“O grau de sucesso das medidas econômicas, para reduzir os impactos da crise provocada pelo coronavírus e a extensão da quarentena serão determinantes para o desempenho do Produto Interno Bruto (PIB) deste ano”, afirma a CNI em seu Informe Conjuntural, divulgado nesta segunda-feira, 11.

A avaliação é que a queda de 4,2% ocorrerá se as políticas de auxílio econômico forem suficientes para impedir o fechamento de empresas e a queda na renda. Nesse cenário, o isolamento social começaria a ser flexibilizado ainda em maio.

A CNI prevê ainda queda da inflação e nova redução na taxa básica de juros. A expectativa é que o IPCA feche o ano em 1,97%, no chamado cenário base, considerado o mais provável. No cenário pessimista, o indicador fecha o ano em 0,80% e, no otimista, 2,90%. No fim do ano passado, a entidade projetava inflação em 3,70% em 2020.

Com isso, a expectativa da confederação é de que haja nova redução na taxa Selic, chegando a 2,50% no fim do ano tanto no cenário base, quanto no otimista. Na pior das hipóteses, esse número poderá chegar a 2,25%. No fim do ano passado, a expectativa era de Selic em 4,5% em 2020.

Houve piora também na previsão para a taxa de desemprego, que passou de estimativa de 11,3% para 12,5%, podendo chegar a 13,5% no pior cenário. Para o câmbio, a projeção da entidade para a média do ano passou de R$ 4,05 para R$ 4,68.

Exportações menores

A pandemia deve resultar em uma queda de US$ 25 bilhões nas exportações brasileiras em 2020, segundo a CNI. De acordo com a entidade, o Brasil venderá ao exterior US$ 205 bilhões, ante expectativa de US$ 230 bilhões feita no fim de 2019.

A estimativa para o saldo comercial passou de US$ 38 bilhões para US$ 36 bilhões. A projeção é que as importações alcancem US$ 169 bilhões, ante US$ 192 bilhões projetados anteriormente.

A confederação projeta ainda uma piora significativa no déficit primário brasileiro. A projeção passou de -1,3% para -9,47%. A expectativa para o resultado nominal foi de déficit de 6,40% para rombo de 15%. Com isso, aumentou a previsão para a relação dívida pública bruta/PIB, de 79,3% para 93,2%.

A entidade avalia que o governo precisa manter a busca pela redução da dívida e o equilíbrio fiscal para aumentar a confiança no País e atrair investimentos. “Para sair da crise de forma sustentada, o País precisa, mais do que nunca, eliminar o custo Brasil, com uma reforma tributária que crie um sistema mais eficiente e menos complicado”, afirmou o presidente da CNI, a Robson Braga de Andrade.

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