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Polícia Civil critica declaração de delegado da PF no Piauí

A Polícia Federal no Piauí informou que está investigando um servidor da Polícia Civil do município de Piripiri que estaria participando de uma organização criminosa.

A 4ª Delegacia Regional de Polícia Civil em Piripiri divulgou uma nota após a Polícia Federal no Piauí informar que está investigando um servidor da Polícia Civil do município de Piripiri que estaria participando de uma organização criminosa especializada em fraudes a benefícios assistenciais do INSS concedidos a idosos e deficientes. A declaração ocorreu após ser deflagrada a “Operação Biditos” na terça-feira (8).

O delegado da PF, Lucimar Sobral Neto, afirmou que esse servidor ajudou um empresário, que participa da quadrilha, durante uma prisão em flagrante, entregando o celular e cartões que haviam sido apreendidos.

Na nota a 4ª Delegacia Regional de Polícia Civil em Piripiri, sob o comando do delegado Jorge Terceiro, criticou a forma como a investigação foi conduzida e destacou surpresa sobre a divulgação dessas informações. “Os citados ‘cartões’ de titularidade de terceiros e os ‘aparelhos celulares’ dos autuados, apreendidos durante uma autuação em flagrante delito ocorrida em verdade no início do mês de novembro/2017 ainda encontram-se regularmente apreendidos pela Polícia Civil de Piripiri/PI com procedimento investigativo ainda em trâmite, o que poderia ter sido constatado por uma simples e rápida diligência para verificação da veracidade por parte da respeitosa Polícia Federal em nosso Complexo de Delegacias, o que jamais ocorreu”, destacou a nota.

Afirmou ainda que qualquer irregularidade por parte de um servidor será investigada, mas que ao não citar o nome do suspeito deixou os demais policiais prejudicados. “Ora, tal pronunciamento sem qualquer especificação da autoria dá margem a especulações acerca da índole de todos os servidores deste órgão, não gerando qualquer proveito à elucidação dos fatos investigados pela nobre Polícia Federal, além de causar extremo desconforto pois, ao não individualizar o servidor, põe a todos sob o mesmo juízo de suspeição. Ressaltamos que não coadunamos com qualquer atitude nociva à legalidade, moralidade e probidade no exercício de nosso mister, motivo pelo qual uma vez identificado o servidor por ventura envolvido nos fatos investigados, a Polícia Civil através de seu órgão correicional tomará todas as medidas cabíveis", pontuou.

Confira a nota na íntegra:

A 4ª Delegacia Regional de Polícia Civil em Piripiri/PI vem através da presente nota se manifestar em referência às matérias veiculadas em diversos portais de notícia como “G1”, “GP1” e “O Dia” dentre outros na tarde de ontem (08.05.2018) nas quais constam trechos de entrevista coletiva prestada pelo Exmo. Dr. Lucimar Sobral Neto, delegado coordenador da força tarefa da Polícia Federal que atuou na “Operação Biditos” deflagrada na cidade de Piripiri na mesma data, em que este, aqui em resumo, faz referência a uma “subtração” de cartões de benefícios e “troca” de aparelhos celulares apreendidos pela Polícia Civil de Piripiri/PI no mês de outubro/2017, relativos a uma autuação em flagrante de dois investigados também presos novamente agora na citada operação, bem como da participação de um “servidor da Polícia Civil” na “subtração” e “troca” dos objetos dentro da unidade policial o qual ainda estaria “sendo identificado”.

Tais afirmações, inobstante a respeitabilidade do órgão investigativo da qual emanam e a importância do ato público no qual foram prolatadas para conhecimento de toda a sociedade, incorrem primeiro no simples óbice de não corresponderem à realidade e, em segundo, de não atenderem de forma alguma à boa técnica investigativa – o que, convenhamos, foge completamente ao padrão da Polícia Federal, a nós causando espanto – gerando indignação por parte de servidores deste órgão e danos à imagem da Polícia Civil junto à sociedade local, imagem está de respeito e confiança construída a muito custo por todos os servidores desta Regional de Polícia e que a nós cabe defender e resguardar, sendo esta a razão primordial da presente nota.

Não correspondem à realidade na medida em que os citados “cartões” de titularidade de terceiros e os “aparelhos celulares” dos autuados, apreendidos durante uma autuação em flagrante delito ocorrida em verdade no início do mês de novembro/2017 ainda encontram-se regularmente apreendidos pela Polícia Civil de Piripiri/PI com procedimento investigativo ainda em trâmite, o que poderia ter sido constatado por uma simples e rápida diligência para verificação da veracidade por parte da respeitosa Polícia Federal em nosso Complexo de Delegacias, o que jamais ocorreu.

Como dito, também a boa técnica investigativa passou ao largo do caráter de sigilosidade que deve nortear todos os procedimentos investigativos no âmbito das polícias judiciárias, já que açodadamente divulgou-se a “informação” de que um servidor da Polícia Civil “ainda não identificado” estaria envolvido nos fatos. Ora, tal pronunciamento sem qualquer especificação da autoria dá margem a especulações acerca da índole de todos os servidores deste órgão, não gerando qualquer proveito à elucidação dos fatos investigados pela nobre Polícia Federal, além de causar extremo desconforto pois, ao não individualizar o servidor, põe a todos sob o mesmo juízo de suspeição. Ressaltamos que não coadunamos com qualquer atitude nociva à legalidade, moralidade e probidade no exercício de nosso mister, motivo pelo qual uma vez identificado o servidor por ventura envolvido nos fatos investigados, a Polícia Civil através de seu órgão correicional tomará todas as medidas cabíveis.

Esperamos que a Polícia Federal, órgão de destacada posição constitucional e pelo qual sua coirmã Polícia Civil nutre extremo apreço, retifique seu pronunciamento como forma de abrandar os efeitos danosos ocasionados à imagem da Polícia Civil em Piripiri e reforçar os vínculos institucionais e de cooperação que devem nortear a atuação das duas instituições na satisfação do interesse público.

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