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Covid-19: cerca de 1400 motoristas e cobradores podem ser demitidos em Teresina

A informação foi dada pelo presidente do Sindicato dos Trabalhadores em empresas de Transporte Rodoviário do Piauí (SINTETRO), Fernando Feijão.

O presidente do Sindicato dos Trabalhadores em empresas de Transporte Rodoviário do Piauí (SINTETRO), Fernando Feijão, afirmou em entrevista ao GP1 na tarde desta terça-feira (14), que as empresas de transporte coletivo de Teresina estão planejando uma demissão em “massa” de 1400 trabalhadores, em razão da crise provocada pelo novo coronavírus (covid-19). Este é apenas mais um capítulo da crise econômica desencadeada em virtude dos decretos que suspenderam o funcionamento da maioria das atividades na capital.

Segundo o representante da categoria, há 2 mil trabalhadores na ativa, entre motoristas e cobradores. Desse número, as empresas pretendem demitir mais da metade, em torno de 1.400 funcionários.

Fernando Feijão informou que o sindicato soube de reuniões realizadas pelos empresários onde estava se discutindo as demissões dos trabalhadores. “Ontem recebemos a informação de que as empresas de transporte estavam fazendo reuniões e fomos atrás para saber o objetivo. Quando vimos, [as reuniões] eram para propor que o trabalhador abrisse mão do contrato, ou seja, do emprego, sem receber a multa rescisória de 40%, e em alguns casos o empregado iria receber apenas o FGTS, dar entrada no seguro-desemprego e receber a rescisão em até 10 vezes", afirmou.

  • Foto: Lucas Dias/GP1Presidente do Sintetro Fernando FeijãoPresidente do Sintetro Fernando Feijão

Segundo o presidente do Sintetro, os empresários chegaram a dizer que ao final das pandemia iriam chamar os funcionários para voltarem a trabalhar. "Na proposta, as empresas também afirmavam que ao fim da pandemia contratariam novamente o funcionário, só que isso dificilmente acontece. Ao todo, cerca de 1.400 trabalhadores seriam demitidos”, declarou Fernando Feijão, preocupado.

Para o sindicalista, caso os acordos ocorram sob pressão, ocorrerá um prejuízo incalculável para profissionais que vivem do trabalho no transporte coletivo de passageiros em Teresina para manter centenas de famílias, que podem ficar sem o básico para sobreviver.

“Eu digo que é um prejuízo, porque têm empresas aqui que devem cinco anos de FGTS, então o trabalhador não iria receber nada. A maioria dessas pessoas estão com 45 anos de trabalho, quase se aposentando. E caracterizamos isso como uma demissão em massa. Para evitar tudo isso, estamos fazendo reuniões com funcionários de cada empresa, e informando que esse tipo de proposta é ilegal, que dessa forma eles irão perder todos os direitos até aqui conquistados”, explicou.

Transporte coletivo parado

Atualmente, o transporte coletivo de Teresina está funcionando apenas com um terço da frota, situação decorrente do decreto municipal que impôs o fechamento de serviços não essenciais, com o intuito de frear a proliferação do novo coronavírus (Covid-19). Com o fechamento desses locais, o número de pessoas circulando na cidade diminuiu, consequentemente, afetando o transporte coletivo.

Coronavírus no Piauí

O Piauí registrou, até esta terça-feira (13), 58 casos confirmados de coronavírus, sendo 47 na Capital. Do primeiro dia de isolamento, 23 de março, até hoje, foram registrados oito óbitos no estado, sendo 5 em Teresina e os demais no interior do Piauí.

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