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Teresina - Piauí

“Estamos usando todo o aparato para se prender bandido”, diz Barêtta após morte de PM

“Esses indivíduos que tiraram a vida do PM hoje podem ficar certos de que serão presos", completou.

O diretor do Departamento de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP), delegado Francisco Costa, o Barêtta, afirmou que a Polícia Civil vai chegar aos autores do latrocínio contra o 3º sargento da Polícia Militar do Piauí, Tadeus Ferreira de Sousa, assassinado na manhã desta terça-feira (11).

Em tom de desabafo, Barêtta afirmou ao GP1 que a morte de qualquer policial é um acinte ao Estado e inaceitável, pois afronta as instituições representativas da sociedade. “Matar qualquer pessoa é uma afronta, porque a vida é o único bem indisponível, agora matar um agente público, um agente do Estado, que está devidamente uniformizado, chegar e ser abordado por dois meliantes, isso é mais do que uma afronta, é um acinte ao Estado Democrático de Direito, que não é aceitável de forma nenhuma”, ressaltou.

Foto: Alef Leão/GP1Delegado Barêtta, diretor do DHPP
Delegado Barêtta, diretor do DHPP

Segundo o diretor do DHPP, o aumento da criminalidade tem alcançado patamares que precisam ser atacados com o rigor da lei, através de uma ação conjunta do Estado em suas várias áreas de representação.

“O sistema criminal brasileiro tem que se intercalar e se integrar para que essa resposta saia, porque a desordem social é justamente porque os indivíduos que furtam e que roubam são os mesmos que matam e que traficam e fica se discutindo quem tem competência para isso, quem tem competência para aquilo, enquanto isso, meliantes estão nas ruas e a sociedade pagando caro”, completou.

Foto: Reprodução/WhatsAppSargento Tadeus Ferreira de Sousa
Sargento Tadeus Ferreira de Sousa

Barêtta acrescentou que os autores do latrocínio contra o policial serão localizados e ressaltou que o DHPP está usando todo o aparato para prendê-los. “Esses indivíduos que tiraram a vida do PM hoje podem ficar certos de que serão identificados e presos. Nós estamos caçando eles como se caça lagarta embaixo de folha. Estamos usando todo o aparato para se prender bandido”, ressaltou.

Suspeito foi até o DHPP

Na manhã desta segunda, um homem não identificado, que possui monitoramento eletrônico, foi até a sede do DHPP para prestar esclarecimentos depois que policiais militares foram até a sua casa para averiguação sobre a morte do policial.

Ao GP1, o delegado Genival Vilela do DHPP explicou que tudo está sendo averiguado em relação ao suspeito e, por enquanto, não é possível aponta-lo como participante na ação que resultou na morte do sargento T. Sousa.

Foto: Alef Leão/GP1Delegado Genival Vilela
Delegado Genival Vilela

"A polícia ainda não concluiu a situação, estamos analisando todos os detalhes, fomos ao local do crime, fomos ao local onde esse investigado disse que foi, estamos coletando imagens e analisando isso tudo, testemunhas, e só após tudo isso chegaremos a uma conclusão deste caso”, afirmou.

O delegado Genival Vilela disse ainda que o rapaz nega qualquer participação no crime relatou que não estava no local no momento da morte do policial. "Ele nega o crime. Ele informou que saiu em um automóvel, fomos até esse local para confirmar se realmente ele esteve lá e como ele é monitorado também vamos verificar se esse monitoramento é igual pela manhã. Temos uma equipe também nesse momento analisando as vestimentas [das pessoas] que aparecem no vídeo com as vestimentas do investigado. Eu perguntei a ele qual era a roupa que ele estava vestindo quando ele saiu pela manhã e ele trouxe essas roupas para que verifiquemos se batem com as roupas identificadas nas imagens", disse o delegado.

Vilela ressaltou ainda que o suspeito não foi preso, mas não descartou que ele seja autuado. "Ele não está detido, não está preso, mas não descarto essa possibilidade. Nesse momento, não posso dizer se ele vai ser ou não autuado”, declarou o delegado Vilela.

Esposa nega

A esposa do rapaz que se dirigiu ao DHPP falou com a imprensa ainda nesta manhã e relatou que os policiais o procuraram na residência, pois sabiam que ali havia uma pessoa que era monitorada por tornozeleira eletrônica, mas negou que ele tivesse qualquer participação no evento, já que no mesmo momento do crime seu marido havia se deslocado para buscar uma mercadoria no bairro Dirceu, zona sudeste de Teresina.

Foto: Alef Leão/GP1Esposa do suspeito
Esposa do suspeito

“A gente estava dormindo quando o rapaz que nós sempre compramos mercadoria ligou dizendo para a gente buscar a mercadoria no Dirceu. Como ele está usando tornozeleira, eu que sempre vou buscar, mas como nossa filha está doente, hoje pela manhã, umas 6h, ele quem foi buscar. Quando ele voltou, nós ligamos a televisão, sentamos no sofá e soubemos na notícia [da morte do policial] pela televisão”, relatou a esposa ao GP1 que preferiu não se identificar.

Ainda de acordo com a mulher, ela foi deixar o marido no trabalho e quando já estava em casa a polícia entrou procurando por seu marido. “Esperei o meu irmão chegar do trabalho para que ele ficasse com minha filha enquanto eu deixava meu marido no trabalho, eu o deixei e voltei para casa. Minha filha acordou, dei o café dela e fomos assistir televisão, nesse momento, a polícia entrou na minha casa procurando por ele”, contou.

Abalada, a esposa relatou que seu marido não tem relação com o crime. “Meu marido é inocente, ele não fez isso, no momento do crime ele tinha ido buscar a mercadoria, eu tenho ligações do motorista, tenho as fotos, o horário. Estamos com um mês e meio morando no São Pedro. A polícia chegou lá em casa dizendo que ele era o acusado, querendo saber dele e então eu acionei o advogado para virmos aqui prestar esclarecimento de que ele não tem nada a ver com isso”, finalizou a esposa.

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