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Pedro II - Piauí

Promotor pede a prisão da mãe da advogada Izadora Mourão

Maria Nerci dos Santos Mourão foi condenada a 19 anos e 6 meses de prisão pelo assassinato da filha.

Após o julgamento que condenou Maria Nerci dos Santos Mourão a 19 anos e 6 meses de prisão e absolveu João Paulo Santos Mourão pela morte da advogada Izadora Santos Mourão, o promotor Márcio Carcará, representante do Ministério Público do Estado do Piauí, interpôs recurso de apelação contra absolvição de João Paulo e pediu a decretação da prisão de Maria Nerci.

A prisão domiciliar de Maria Nerci foi mantida pelo juiz Diego Ricardo Melo de Almeida durante a sessão de julgamento realizada nessa quarta-feira (16). No entanto, o Ministério Público do Piauí interpôs recurso de apelação e pediu a decretação da prisão da mãe de Izadora Mourão para que ela cumpra pena em regime fechado no sistema prisional.

Foto: Reprodução/WhatsAppMaria Nerci e Izadora Mourão
Maria Nerci e Izadora Mourão

“Na sessão de hoje essa natureza desse título judicial altera-se. A dona Nerci restou condenada a uma pena do patamar superior a 15 anos de prisão. O título judicial que enseja essa prisão torna-se diferente, a execução da pena conforme o pacote anticrime nos dispositivos ora mencionados em regra são imediatos, de modo que o Ministério Público vai em sua decisão requerendo a prisão da dona Nerci nessa citação”, ressaltou o promotor Márcio Carcará.

O promotor também se manifestou contra a absolvição de João Paulo e interpôs recurso de apelação pedindo sua condenação. “O Ministério Público interpõe recurso de apelação em relação ao acusado João Paulo, como já colocado em ata”, destacou o promotor.

O julgamento

Após 14 horas de julgamento, Maria Nerci dos Santos Mourão foi condenada a 19 anos e 06 meses de prisão por assassinar a filha, a advogada Izadora Santos Mourão, crime ocorrido em 13 de fevereiro de 2021. O irmão de Izadora, João Paulo Santos Mourão, foi absolvido pelos jurados por 4 votos a 3. A leitura da sentença foi feita às 23 horas.

A sessão ocorreu nesta quarta-feira (16), na Vara Criminal de Pedro II, e foi presidida pelo juiz Diego Ricardo Melo de Almeida, que manteve a prisão domiciliar de Maria Nerci.

Durante a sessão, ambos os réus deram suas versões do crime, porém, não condizem com a investigação realizada pelo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). Em seu depoimento no fórum, a idosa alegou que tinha uma relação turbulenta com a filha e que naquele dia 13 de fevereiro Izadora Mourão havia ameaçado ir ao banco para cancelar sua aposentadoria.

A idosa alegou que depois do suposto desentendimento a advogada entrou no quarto de João Paulo Morão, para descansar. Nesse momento, Maria Nerci sustenta ter imaginado que Izadora Mourão poderia lhe fazer algum mal, e por isso decidiu matar a filha antes.

Versão de João Paulo

Já o jornalista João Paulo Santos Mourão, durante seu depoimento, alegou que no dia do crime soube somente da morte de sua irmã quando sua mãe, Maria Nerci, o acordou, por volta de 9h, dizendo que Izadora estava morta. Além disso, João Paulo alegou que não tinha conhecimento de que o crime foi realizado por sua mãe e, afirmou que somente soube que a investigação apontou Maria Nerci quando estava já estava preso na Cadeia Pública de Altos.

Entenda o caso

Izadora Santos Mourão, 41 anos, foi assassinada com pelo menos sete facadas dentro de casa, no município de Pedro II, no dia 13 de fevereiro de 2021. A princípio, circulou a informação de que ela teria sido morta por uma mulher, que sequer foi identificada.

Dois dias depois, o irmão de Izadora, João Paulo Mourão, acabou sendo preso pela equipe do delegado Danúbio Dias, acusado de assassinar a advogada a facadas. A Polícia Civil prendeu o jornalista em flagrante em sua residência na cidade de Pedro II, na tarde do dia 15 de fevereiro.

A investigação do DHPP apontou que a mãe de Izadora, Maria Nerci, criou um falso álibi para acobertar o filho, o jornalista João Paulo Mourão. “A mãe dele, quando viu a moça morta, a primeira coisa que fez, em vez de ligar para a polícia, ligou para uma faxineira para ela [a faxineira] dizer que ele [João Paulo] estava dormindo, para criar um álibi”, disse o delegado Barêtta à época dos fatos.

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