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Teresina - Piauí

Barêtta: "tem direitos humanos para defender bandido, mas policial não"

Segundo o delegado, a “palavra do bandido vale mais do que a palavra do policial que arrisca a vida”.

O covarde assassinato do subtenente da Polícia Militar do Piauí, Luís Celso, morto com um tiro na cabeça durante um assalto no bairro Itaperu, em Teresina, chocou e comoveu os piauienses. Após a repercussão do caso, o diretor do Departamento de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP), delegado Francisco Costa, o Barêtta, teceu críticas ao sistema judiciário piauiense, em entrevista ao GP1 na noite dessa quinta-feira (18). Segundo Barêtta, a “palavra do bandido vale mais do que a palavra do policial que arrisca a vida”.

O delegado Barêtta fez um verdadeiro desabafo e afirmou que bandido é mais bem tratado do que o próprio policial, que põe em risco a vida todos os dias em favor da sociedade.

“A população deve saber que nós somos seres humanos e estamos expostos as mesmas coisas e aos mesmos riscos e pior, quando a gente mata um bandido às vezes a gente vai para a cadeia primeiro do que o bandido porque tem direitos humanos para defender bandido, mas para defender policial não. Quem está falando isso é um policial que tem 42 anos de trabalho e vê todo dia policial morrer, policial civil e militar. Imagine quantos colegas eu já vi morrer, como também já vi colega policial ser preso por dizerem que ele bateu em bandido sem ele ter feito”, lamentou Barêtta.

Foto: Lucas Dias/GP1Delegado Barêtta
Delegado Barêtta

Revolta

O diretor do DHPP disse também que o modo como o bandido é tratado após ser preso gera um sentimento de revolta aos policiais, pois a “palavra do bandido vale mais do que a do policial”.

“A palavra do bandido vale mais do que a palavra do policial que arrisca a vida. Então a sociedade tem que ver que nós estamos expostos ao perigo do dia a dia. É por isso que batemos na porta do Governo para pedir uma melhor estrutura. Nós não somos um simples servidor, somos um servidor diferenciado. Quando há um tiroteio o servidor comum corre, mas o policial tem que ir para cima sob pena dele responder pelo crime de prevaricação. A gente fica revoltado quando a gente vê um colega nosso morrer barbaramente”, desabafou Barêtta.

"Amanhã estão soltos"

Barêtta criticou ainda o sistema judiciário piauiense, que segundo ele, solta com muita facilidade os criminosos após todo um trabalho de investigação realizado pela Polícia Civil. “Daqui a pouco vamos identificar e prender o cara, eu não tenho sombra de dúvidas. Aí você imagina que ele já tem umas 50 entradas e uns 10 processos, mas é réu primário e talvez nunca foi julgado. Vamos prender eles, mas o que a gente lamenta é que amanhã eles estão soltos e que esses mesmos bandidos já são processados, com passagem na polícia, mas chega na audiência de custódia eles são mandados embora”, finalizou Barêtta.

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