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Teresina - Piauí

Operação Jogo Sujo: Itallo Bruno e outras 10 pessoas são indiciadas pela Polícia Civil

O inquérito foi concluído, no sábado (20), pela Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática.

O delegado Alisson Macedo, da Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática (DRCI), indiciou o influenciador digital Itallo Bruno Nunes e Silva e outras 10 pessoas alvos da "Operação Jogo Sujo" acusados de explorar jogos de azar, lavagem de dinheiro e organização criminosa. O inquérito foi concluído no último sábado (20).

Além do influenciador foram indiciados: Emilly Christine Melo Brito (namorada de Itallo); Sâmia Camila Nunes e Silva (irmã de Itallo); Lucilene Nunes de Sousa (mãe de Samia e Itallo); Valdir Sousa e Silva (pai de Itallo); Kelton Douglas da Silva Moura; Rikelme de Franca Silva Soares Moura; Leticia Evellyn dos Santos Carneiro (ex-namorada de Itallo); Marcos Victor Pereira Silva (ex-contador de Itallo); Israel Veloso da Silva e Vinicius Alves da Silva Barbosa.

Foto: Reprodução/InstagramItallo Bruno foi preso pela Polícia Civil do Piauí
Itallo Bruno foi preso pela Polícia Civil do Piauí

No mesmo relatório, a polícia deixou de indiciar o servidor da Assembleia Legislativa do Piauí (Alepi), Lucas Soares Campos de Carvalho; Thales Victor Costa, José Phablo Rangel Oliveira dos Santos e Paulo Henrique Araújo de Moura.

Participação de cada um dos indiciados nos crimes

Itallo Bruno: promovia em seu Instagram rifas ilegais, recebendo dinheiro produto de crime, utilizava dados de outras pessoas em veículos de sua propriedade, de modo a dissimular o seu patrimônio.

Sâmia Camylla: possui em seu nome um apartamento no condomínio Jardim de Manuela, onde reside Itallo, que segundo a polícia foi comprado como uma forma de lavar o dinheiro fruto de ilícito e depois colocado no nome de Sâmia a fim de ocultá-lo;

Emilly Christine: servia para esconder e pulverizar de Itallo Bruno, bem como a ocultação de veículo;

Marcos Victor: apontado como uma espécie de conselheiro contábil e jurídico, era o responsável por lavar o dinheiro de Itallo Bruno tentando dar um ar de legalidade ao dinheiro fruto do ilícito;

Lucilene Nunes: era a responsável por negociar a compra de imóveis e bem como ocultar o patrimônio de Itallo Bruno colocando imóveis, tais como chalés em Barra Grande em seu nome quanto veículos, conforme consta das investigações;

Valdir Sousa: tinha um papel mais ativo na ocultação de patrimônio colocando veículos em seu nome a fim de ocultar a real propriedade de seu filho Itallo Bruno;

Vinicius Alves: funcionava como uma espécie de gerente de Itallo Bruno, negociando carros para promoção das rifas e lavagem de capitais;

Israel Veloso: também auxiliava na fomentação do jogo de azar das rifas levando carros para customização a mando de Itallo. Além disso, Israel também negociava veículos em nome do influenciador auxiliando, assim, na lavagem do dinheiro fruto de ilícito. Não obstante isso, Israel também promovia suas próprias rifas ilegais;

Kelton Douglas: era o braço direito de Itallo Bruno na organização das rifas ilegais. Era quem fazia as filmagens das divulgações no Instagram, bem como negociava carros em nome de Itallo, além de possuir relação com membros da facção Bonde dos 40.

Rikelme de França: também operava sob as ordens de Itallo Bruno realizando as tarefas que lhe eram pedidas tanto relacionadas ao jogo de azar quanto a compra de automóveis em nome do influenciador.

Letícia Evellyn: promovia em suas redes sociais jogos de azar, além de organizar suas próprias rifas, e com esse dinheiro auferido de maneira ilegal comprou um veículo automotor que foi apreendido na operação policial, um Volkswagen Polo.

“Operação Jogo Sujo”

A Polícia Civil do Piauí, por meio da Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática (DRCI) em conjunto com a Secretaria de Segurança Pública do Piauí, deflagrou a “Operação Jogo Sujo” nas primeiras horas do dia 11 de janeiro de 2024, em Teresina. O objetivo da ação foi reprimir os crimes de jogos de azar, lavagem de dinheiro e organização criminosa.

Foto: Reprodução/InstagramItallo Bruno, Samia Camila, Lucilene Nunes e Letícia
Itallo Bruno, Samia Camila, Lucilene Nunes e Letícia

Foram expedidos 15 mandados de prisão preventiva e de busca e apreensão em residências de suspeitos de obter vantagem ilegal por meio de jogos de azar, além da ocultação de patrimônios que teriam sido adquiridos por meio da prática de jogos.

Durante a investigação da polícia, foram identificadas grandes movimentações financeiras entre pessoas vinculadas a facções criminosas. A polícia ainda divulgou que os suspeitos estão sendo investigados pela prática de crimes, como o de organização criminosa, lavagem de dinheiro e jogos de azar, cujas penas de reclusão podem atingir até 18 anos de prisão.

Blogueiro dos “graus” e das rifas

Itallo Bruno acumula quase 680 mil seguidores no seu Instagram e é conhecido por ostentar motos de luxo, as quais faz manobras de empinar a roda dianteira, conhecido como “grau”. O blogueiro também divulgava rifas que prometiam prêmios de grandes valores, com sorteios de valor bem abaixo.

Por meio do seu perfil, ele realizava diversas publicações em viagens pelo Brasil e também fazendo o uso de veículos de alto valor financeiro. Constantemente, o influenciador postava e comentava sobre a compra de novos veículos para uso pessoal.

Ligação com facção criminosa

Segundo o delegado Matheus Zanatta, superintendente de Operações Integradas da Secretaria de Segurança, durante as investigações foram encontradas movimentações bancárias dos alvos da operação com um membro de facção, denotando vínculo dos investigados com a organização criminosa, por meio da prática de jogos de azar e lavagem de capitais.

“Com relação a essa operação, encontramos movimentações bancárias com uma pessoa que está dentro do sistema prisional, que faz parte de uma facção criminosa e que, possivelmente [Itallo e os demais presos], estavam fazendo a lavagem do dinheiro para essa facção criminosa. Vamos esclarecer os fatos para determinar o porquê dessas movimentações bancárias com essa pessoa que estava presa”, esclareceu o delegado Matheus Zanatta.

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