O prefeito de Teresina, Sílvio Mendes, anunciou nesta semana a desativação temporária do aterro sanitário da cidade após a morte de David Kauan, de 12 anos, que foi esmagado por um trator enquanto dormia no meio do lixo. O caso trouxe à tona as condições precárias do local e gerou forte comoção pública.
Em reação à medida, trabalhadores que atuam na coleta e triagem de resíduos realizaram uma manifestação na manhã desta sexta-feira (04). Eles bloquearam a via de acesso ao aterro às 6h30, impedindo a entrada dos caminhões coletores. O lixo recolhido passou a ser depositado do lado de fora do terreno, à espera de uma definição.
Os manifestantes reclamam que não foram consultados pela Prefeitura antes da interdição e alegam que a decisão compromete a principal fonte de sustento de dezenas de famílias que dependem da atividade. Em entrevista ao GP1, uma das representantes do grupo, Chileni Soares, demonstrou indignação com o que classificou como descaso por parte do prefeito.
“É muito triste a gente pedir a vinda do prefeito aqui e ele não vir. Sabe por quê? Porque quando ele precisou do nosso voto, a gente confiou nele. Agora só queremos que ele venha, nos dê uma resposta, traga uma solução. Não queremos problema com polícia, com vereador nem com prefeito. Queremos apenas uma solução para o que estamos precisando”, desabafou Chileni.
O coronel Ednaldo Belém, responsável pela Superintendência Municipal de Limpeza Urbana (SLU), também se pronunciou sobre o protesto. Segundo ele, a manifestação começou logo cedo, após rumores de que o lixão seria fechado definitivamente, algo que, de acordo com o coronel, não está previsto para ocorrer de imediato.
“Essa manifestação começou porque disseram para eles que o lixão ia acabar. Pode ser que ele não tenha vida útil por mais três anos, porque já está muito saturado. Mas não é hoje nem amanhã. Vim aqui, conversei com eles, a maioria aceitou, mas uma pequena parte insistiu que queria falar com o prefeito. O prefeito tem agenda e não pode vir de imediato”, explicou.
Belém afirmou ainda que o diálogo com os trabalhadores já estava avançando quando um pequeno grupo voltou a acirrar os ânimos e tumultuar a negociação.
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