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Alta dos juros coloca o Brasil em direção oposta as principais economias mundiais

Algumas projeções sugerem que a taxa pode chegar a 12% e permanecer alta até meados de 2025.

O Brasil pode aumentar a taxa Selic nos próximos meses e essa alta coloca o Brasil na contramão das maiores economias do mundo, já que EUA e Europa começam a reduzir as taxas de juros. A Selic está em 10,5% desde maio e analistas preveem um possível aumento ainda neste mês para controlar a inflação, que está perto do teto. Algumas projeções sugerem que a taxa pode chegar a 12% e permanecer em alta até meados do próximo ano, com algumas estimativas apontando para uma possível redução a partir de 2026.

Conforme apuração da CNN, alguns economistas afirmam que a principal diferença entre o cenário brasileiro e o de outras economias globais reside nas expectativas inflacionárias. No Brasil, as expectativas de inflação estão elevadas, enquanto nos Estados Unidos e na Europa está perdendo força.

A alta da Selic é impulsionada por uma combinação de fatores, incluindo a politica fiscal expansionista do Governo Federal, que aumentou gastos com salários e programas sociais. Essa politica começou ainda na gestão de Jair Bolsonaro e foi ampliada após posse de Lula, o que, segundo economistas, foi inadequado para conjuntura atual.

Além disso, a valorização recente do dólar e a seca que aumentou o custo da energia também contribuem para a dificuldade em reduzir os juros. O Banco Central realizou um leilão de US$ 1,5 bilhão para conter a alta do dólar e enfrentou o aumento da bandeira vermelha 1 na tarifa de energia elétrica.

Globalmente, o Branco Central Europeu e o Banco da Inglaterra já reduziram suas taxas de juros, e o Federal Reserve dos EUA pode seguir o mesmo caminho, sinalizando um possível corte nas próximas reuniões. Paulo Gala, economista-chefe do Branco Master, observa que o Brasil subiu os juros muito antes e agora enfrenta um crescimento econômico com aumento de gastos públicos, o que complica a situação.

Vale, da MB Associados, aponta que a desaceleração da inflação nos EUA e na Europa pode impactar o ciclo de alta dos juros no Brasil, já que a redução global das taxas pode melhorar as condições econômicas no país. “Estados Unidos e zona do euro estão passando por desinflação. É um processo contrário ao nosso, com a inflação voltando a crescer e com riscos evidentes à frente”, diz Vale.

Em contraste, o Federal Reserve (Fed) dos EUA iniciou seu ciclo de alta em março de 2022. Paulo Gala, economista-chefe do Banco Master, observa que o Brasil aumentou os juros muito antes, e agora está vendo crescimento econômico com aumento dos gastos públicos. Paulo Gala resume a situação ao afirmar que “se o Fed não cortasse juros, nossa vida seria muito mais difícil".

Com colaboração da repórter Izabella Furtado

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