Nesta quarta-feira (7), o Hospital São Marcos anunciou a retomada dos tratamentos oncológicos para pacientes do Sistema Único de Saúde. Parte dos atendimentos estava paralisada desde o dia 24 de abril, devido a uma grave crise financeira provocada pelo atraso de 19 meses nos repasses contratuais da Prefeitura de Teresina.
De acordo com o diretor técnico do hospital, Dr. Marcelo Martins, o retorno ocorreu após importantes avanços nas negociações com os gestores públicos. Com a paralisação, mais de 1.300 pessoas que dependem do tratamento contra o câncer foram afetadas.

Ainda de acordo com o gestor, o Hospital São Marcos já iniciou o contato com os pacientes por ordem cronológica. As chamadas começaram nessa terça-feira (6), com 60 pessoas convocadas para retomarem os tratamentos.
“Os pacientes que tiveram seus tratamentos interrompidos estão sendo convocados. No dia 6 de maio, 60 pacientes já foram convocados. Já nesta quarta-feira, o hospital convocará mais 120 pacientes”, informou o Dr. Marcelo Martins.
Entenda o caso
No dia 24 de abril, o Hospital São Marcos informou que suspendeu parte dos atendimentos oncológicos por conta de uma grave crise financeira. Em nota oficial, a instituição afirmou que “chegou ao limite operacional e se vê forçada a interromper parte dos atendimentos oncológicos por absoluta falta de medicamentos”.
De acordo com a instituição de saúde, desde o início do ano, o hospital realizou mais de 18 mil consultas em oncologia; 11 mil sessões de quimioterapia; 850 cirurgias de alta complexidade para tratamento do câncer; mais de 300 internações de crianças com câncer e 400 internações de adultos com câncer.
No período de quatro meses, ainda conforme o hospital, a unidade hospitalar recebeu da Prefeitura de Teresina R$ 19 milhões em repasses, exclusivamente, do Ministério da Saúde e da Sesapi, repassados pela Fundação Municipal de Saúde. “Considerando apenas os principais procedimentos de alto custo mencionados acima, o ticket médio por atendimento foi de aproximadamente R$ 1.400 — valor significativamente inferior ao necessário para cobrir despesas com medicamentos oncológicos, equipe multiprofissional, insumos hospitalares e estrutura física”.
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