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Capitão da PM diz que matou Camilla Abreu acidentalmente

O capitão da Polícia Militar, Allisson Wattson, foi preso temporariamente.

Lucas Dias/GP1 1 / 6 Fábio Abreu Fábio Abreu
Lucas Dias/GP1 2 / 6 Delegada Eugênia Villa Delegada Eugênia Villa
Lucas Dias/GP1 3 / 6 Tenente-coronel John Feitosa Tenente-coronel John Feitosa
Lucas Dias/GP1 4 / 6 Delegado Riedel Batista Delegado Riedel Batista
Lucas Dias/GP1 5 / 6 Delegado Emerson Almeida Delegado Emerson Almeida
Lucas Dias/GP1 6 / 6 Delegado Barêtta Delegado Barêtta

O delegado Emerson Almeida, responsável pela investigação da Delegacia de Homicídios no desaparecimento da estudante Camilla Abreu, disse em entrevista ao GP1 na manhã desta quarta-feira (01), que o namorado da jovem, o capitão da Polícia Militar, Allisson Wattson, de 37 anos, disse em depoimento, que o crime foi acidental.

“O acusado sustenta a tese de que houve um acidente, de que houve uma discussão preliminar entre ele e sua namorada [Camilla] e que ela teria pego a arma dele e apontado para ele. Nesse momento, ele teria dado um golpe e, durante esse golpe, ela estaria com o dedo no gatilho e a arma teria disparado. Ele alegou que entrou em desespero, que, por ser uma pessoa ligada a ele, ele ficou em estado de choque e resolveu jogar o copo naquele local”, afirmou o delegado.

O delegado Emerson informou que mesmo com a tese do acusado, a polícia não acredita que o crime tenha sido acidental. “Ele estava bastante calmo quando relatou o caso. Ele afirma que não a matou dolosamente e sim, que foi um acidente. Mas nós não acreditamos na tese dele. Pelas circunstâncias que norteiam esse caso, pelo momento dentro do veículo, ele sendo um capitão da polícia militar, nós acreditamos sim, que houve um homicídio e não um acidente. Nós temos o veículo, que é a prova maior, onde ela foi morta. Esse veículo se encontra apreendido e está sendo periciado. Ele foi preso temporariamente. A representação dessa prisão teve como motivo a questão do feminicídio, a impossibilidade de defesa da vítima, por ter um relacionamento anterior com a vítima e a questão da ocultação do cadáver”, completou.

Ainda segundo o delegado Emerson, ainda há muitos questionamentos que precisam ser respondidos para a finalização do inquérito. “Estamos ainda procurando apreender o banco do veículo para saber porque ele trocou. Será que existe algum disparo nele que possa dar uma trajetória diferente do que ele afirmou? Então são muitas coisas que precisamos expllicar. Ainda vamos fazer a perícia para saber se ela tentou se defender, para saber se havia alguma outra lesão no corpo. Porque o corpo estava muito deteriorado, existiam muito indícios de agressão ao corpo que pode ter sido provocado por animais ou até mesmo pela própria ação de decomposição do corpo. Então só após essa perícia poderemos concluir o inquérito”, disse.

Segundo o Secretário de Segurança Pública, Fábio Abreu, o próximo passo a ser tomado é o processo de expulsão do policial. “Nós temos 60 dias para o Conselho de Justificação fazer os procedimentos e consequentemente excluir ele [Allisson Wattson] da corporação. Ele está no presídio militar, mas a partir do momento que ele for expulso, ele vai para um presídio comum. Acredito que no máximo em 15 dias o inquérito já esteja finalizado e seja encaminhado para a Justiça”, afirmou.

De acordo com o delegado geral, Riedel Batista, o caso de Camilla está sendo tratado como prioridade na Polícia Civil. “Foi feito o interrogatório dele ontem e o corpo foi encontrado, mas ainda faltam as perícias criminais, tanto no veículo, como no corpo da vítima e também alguns depoimentos que serão tomados ainda pela Delegacia de Homicídios. Então a gente está dando prioridade a esse caso, toda a equipe de homicídios está trabalhando para que a gente fique robusto de provas, para que o promotor do júri tenha condições de denunciar o assassino à Justiça”, informou.

O coordenador da Delegacia de Homicídios, Francisco das Chagas, o Barêtta, afirmou que o crime não vai ficar impune. “É gratificante a gente poder dar uma resposta a sociedade, mas uma resposta satisfatória, com toda celeridade e com todos os indícios que podem levar a condenação desse indivíduo que praticou esse ato criminoso, covarde contra a mulher. Ele não vai ficar impune, nós vamos levar ele ao poder judiciário”, ressaltou.

Entenda o caso

A estudante de direito, Camilla Abreu, desapareceu na última quinta-feira (26). Ela foi vista pela última vez em um bar no bairro Morada do Sol, na zona leste de Teresina, acompanhada do namorado e capitão da PM, Allisson Wattson. Após o desaparecimento, o capitão ficou incomunicável durante dois dias, retornando apenas na sexta-feira (27) e afirmou não saber do paradeiro da jovem.

  • Foto: FacebookAllisson e Camilla AbreuAllisson e Camilla Abreu

A Delegacia de Homicídios, coordenada pelo delegado Barêtta, assumiu as investigações.

O capitão foi visto, na manhã do último sábado (28), em um posto de lavagem às margens do Rio Parnaíba, a fim de lavar seu carro sujo de sangue. Allisson disse ao lavador de carros que o sangue era decorrente de pessoas acidentadas que ele havia socorrido.

Na tentativa de ocultar as provas do crime, o capitão trocou o estofado do veículo e tentou vendê-lo na cidade de Campo Maior, mas não conseguiu pelo forte cheiro de sangue que permanecia no carro.

Durante investigação, a polícia quis periciar o carro, mas Allisson disse ter vendido o veículo, mas não lembrava para quem.

No início da manhã desta terça-feira (31), o delegado Francisco Costa, o Barêtta, confirmou a morte da jovem.

Na tarde desta terça-feira (31), Allisson foi preso e indicou onde estava o corpo da estudante.

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