Em depoimento na delação premiada à Procuradoria-Geral da República, o diretor da JBS, Ricardo Saud, apresentou um balanço da propina paga a políticos de todos os Estados do país. Segundo Saud, 1.829 candidatos foram financiados com recursos que atingiram a cifra de quase 600 milhões de reais. De todo dinheiro, somente 15 milhões de reais são considerados dinheiro “limpo”. “O resto tudo é propina, tudo tem ato de ofício, tem promessa. Tudo tem alguma coisa”, resumiu Saud, em depoimento ao Ministério Público.
Esses quase 2 mil candidatos beneficiados pela empresa JBS eram de 28 partidos. Desses, foram eleitos 16 governadores - quatro do PMDB, quatro do PSDB, três do PT, dois do PSB, um do PP e um do PSD.
Com esse dinheiro, 167 deputados federais de 19 legendas e 179 deputados estaduais de 23 estados foram eleitos. Ainda segundo Saud, 28 senadores, sendo alguns que disputaram as eleições para governador ou tentavam a recondução no cargo, receberam propina da JBS.
De acordo com a Veja, o diretor da JBS argumentou que muito difícil um político não saber que é financiado com propina. “É muito difícil o cara não estar sabendo que o PT comprou o partido ‘x’ ou deixou de comprar o partido ‘y’; que o Aécio comprou o partido ‘x’ ou deixou de comprar o partido ‘y’. Se ele recebeu esse dinheiro, ele sabe de um jeito ou de outro que foi propina. Essas pessoas sabem disso”, disse o delator.
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