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Política

Procurador da Lava Jato diz que governo Temer ‘sufoca’ PF

O procurador da República, Carlos Lima também criticou a redução da equipe responsável pela operação e sugeriu que isso pudesse prejudicar as investigações pelo país.

Um dia depois da suspensão pela Polícia Federal da emissão de passaportes, o procurador da República, Carlos Fernando dos Santos Lima, um dos responsáveis pela Operação Lava Jato no Paraná, criticou o governo do presidente Michel Temer (PMDB).

Lima também criticou a redução da equipe responsável pela operação e sugeriu que isso pudesse prejudicar as investigações pelo país. “O governo Temer sufoca a Polícia Federal. Nem dinheiro para a emissão de um documento necessário como o passaporte”, escreveu o procurador em sua página no Facebook. “Imagine como está a continuidade das diversas investigações”, provocou. Segundo Lima, na Lava Jato “a equipe da polícia foi significativamente reduzida”, ao que ele questionou “a quem isso interessa?”

  • Foto: Pedro Filho/EFEProcurador da República Carlos Fernando dos Santos Lima, da força-tarefa da Operação Lava JatoProcurador da República Carlos Fernando dos Santos Lima, da força-tarefa da Operação Lava Jato

Nesta terça-feira (27), a PF anunciou a suspensão de confecção de novas cadernetas de passaportes solicitadas a partir de então, devido à falta de recursos. O órgão disse ainda que o agendamento online do serviço e o atendimento nos postos da instituição continuarão funcionando normalmente, porém, não existe previsão para a entrega do passaporte enquanto não for normalizada a situação orçamentária. Quem tiver sido atendido antes do dia 27 receberá o documento normalmente.

Investigação contra Michel Temer

De acordo com o Estadão, a investigação feita pelos policiais federais concluiu que o presidente Michel Temer cometeu o crime de obstrução de justiça, em relatório encaminhado ao Supremo Tribunal Federal (STF), na qual também imputa a conduta ao ex-ministro Geddel Vieira Lima. O caso se relaciona com o suposto pagamento de propina ao ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), em troca de que ele não firmasse acordo de delação premiada.

O empresário e dono do grupo JBS, Joesley Batista entregou uma gravação de uma conversa com Temer. A atribuição da conduta criminosa pela PF a Temer inclui também o trecho da gravação do diálogo entre ele e Joesley, em que o executivo diz que está subornando juízes e um procurador do Ministério Público, fatos que não foram comunicados pelo presidente à Justiça. Michel Temer alegou em nota e pronunciamento que não acreditou no que ouviu, uma vez que o empresário teria o hábito de “contar vantagens”.

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